“O literato Ariano Suassuna opina
sobre o embate entre criacionistas e evolucionistas. Fundamentando sua antropologia
no criacionismo cristão, busca suporte na incapacidade dos macacos em engenhar
objetos aparentemente simples – como um pregador de roupas até, genialidades da
criação humana, como pode ser o caso de um obra sinfônica.
Nossos alunos
fizeram um réplica à fala de Ariano, expomo-las aqui. São de inteira
responsabilidade dos mesmos” (Claudio Dionizio, Aracaju, 19 de agosto de 2014).
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Joranne Fagner: Qual
é a visão de Ariano Suassuna sobre o Criacionismo e Evolucionismo, de
consequência, da Filosofia da Ciência?
Ariano Suassuna, um sertanejo cético e de inteligência prática, como ele
mesmo se intitula, posiciona-se como um observador fidedigno ao tempo em que
vive, isto é, parte de realidades próprias, pessoais, permeando caracteres
contemporâneos, até a conclusão do que deseja analisar. Crítico do seu tempo,
embasa suas posições a partir de uma visão religiosa do mundo e do homem.
Assim, Suassuna tem opiniões claras acerca do que o envolve, e a ciência,
extremamente valorada na atualidade, também foi objeto de opinião deste grande
escritor nordestino.
A ciência, considerada sua óbvia contribuição para a humanidade, não é
caracterizada má pelo escritor paraibano, mas é vista como orgulhosa. Esta
visão se dá graças à temática que envolve a vida, Ariano Suassuna acredita que
quando tal temário é pesquisado, o “mundo científico” se orgulha de seus feitos
e inicia um empreendimento pretensioso na tentativa de desmistificar a criação
da mesma; este empreender, segundo Suassuna, acarreta equívocos
incompreensíveis, descreditados até.
Para ilustrar estes equívocos, ele cita a famosa interpretação acerca do
desenvolvimento da inteligência humana, a qual prega que o saber do homem
descendeu do macaco. Sobre isto, fundamentado em seu ceticismo e praticidade
sertanejos, como acima citados, infere ser vão este interpretar e faz jus a sua
visão religiosa do homem, afirmando que a inteligência humana possui uma
centelha divina e que, portanto, nenhum animal a pode possuir.
Como em qualquer época e com quaisquer pessoas, o tempo e a
efervescência de ideias no mesmo são decisivos nas opiniões daqueles que se
propõem a se expressar; expressão que não necessariamente se pode dizer
original, isto porque descende de outras épocas e de inúmeras efervescências
ideológicas surgidas. Isto é claro nas posições de Ariano Suassuna, há uma
filosofia por trás, existe uma fé, uma crença, uma experiência.
Especificamente naquela ilustração, sobre os equívocos da ciência, vemos
que a filosofia agostiniana, da iluminação de Deus sobre o homem, permeia a
opinião religiosa do autor paraibano. Aliada a esta informação, está à
experiência do escritor, esta o torna cético e prático, rejeitando as
explicações do Criacionismo e Evolucionismo. Porém, isto não afeta sua crença
no auxílio divino no desenvolver da humanidade, posição que cientificamente é improvável.
Assim, nesta discussão, podemos concluir que para Ariano Suassuna a
ciência deve ocupar uma posição de intérprete da humanidade, esta, dada e
desenvolvida por Deus. A Filosofia da ciência, então, deve agir na
contemporaneidade a partir do que pode realizar, não excluindo obviamente a
constante pesquisa, sem se arvorar dum pretenso poder criador. Tanto um
Criacionismo cientìfico quanto um Evolucionismo absoluto são ideias inviáveis, porque contrariam a
sobreposição humana auxiliada por Deus.
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Frei João Raniery Elias da Silva – Ariano Suassuna e o evolucionismo
Sempre foi
objetivo de a filosofia estudar a origem do tudo. Do universo, das coisas que
nos cercam, das realidades que insistem em acontecer. Diante
dos grandes desejos do ser humano, o mais autêntico e que dispensa um longo e
profundo processo, é o de se autoconhecer. É próprio da condição humana o
anseio por conhecer, por questionar, por analisar,... descobrindo em tudo a sua
razão de ser. É essa razão de existir que move àquele que se dedica a
pesquisar. O homem que se olha e pergunta não apenas o exterior, mas,
principalmente sobre si. De onde nós viemos? Como chegamos àquilo que somos? O
humano que somos, foi criado ou evoluído?
Ariano Suassuna[1]
tem sua concepção sobre o assunto. Afirma: “[...] eu não aceito que a
inteligência humana tenha evoluído da inteligência do macaco ou do seja de que
bicho for”. Para o escritor, é impossível acreditar numa teoria que assimila
como verdadeiro a ideia do surgimento dos homens através de um processo
contínuo e ininterrupto evolutivamente. Não pode haver uma evolução quanto à
inteligência. É próprio do homem a razão, o pensamento crítico, o refletir.
Seria uma discrepância acreditar que os animais irracionais possuem tais qualidades.
Suassuna, como bom escritor nordestino “com uma inteligência
prática e cética”, enfatiza em todas as suas obras a ideia de haver não um
evolucionismo, como Darwin acreditava, mas, sim um criacionismo. Como pode um
sertanejo acreditar que as aves que voam no terreno árido do sertão vieram do
peixe que vive na água? É ilógico, é inverídico.
O que é possível notar na atualidade é uma ideia superficial
do homem, de acordo com o autor d’O auto
da compadecida. Uma visão que minoriza a pessoa humana e suas crenças. Como
cristão e adepto do catolicismo, trata que a escolha, hoje, por ideias
darwinianas nada mais é que uma não aceitação da existência de Deus, da
existência de um criador. O que se tem é um grande relativismo científico
contemporâneo. É preciso, portanto, de uma ciência capaz de refletir
filosoficamente sobre as formulações nos campos do conhecimento. Precisa-se, de
uma filosofia da ciência que ajude a pensar o cientificismo estéreo empregando
na sociedade hodierna.
[1] Natural da Paraíba. Foi dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta
brasileiro. Retratava em suas obras a realidade do povo nordestino, como bem
conhecia por ser um dele. Seus livros mais conhecidos são: O Auto da Compadecida e O Romance d’A Pedra do Reino e o príncipe do
Sangue do Vai-Volta.
Jose Clebson M. Pereira - Ariano Suassuna, Criacionismo
A questão sobre as origens do homem remete um
amplo debate, no qual filosofia, religião e ciência entram em cena para
construir diferentes concepções sobre a existência da vida humana e,
implicitamente, porquê somos o único modelo dotado de características que nos
diferenciam do restante dos animais. Quanto mais a ciência se desenvolve, mais
avançados são os recursos científicos que esses pesquisadores podem utilizar.
Eles são capazes de encontrar novas possibilidades para explicar a origem humana.
Para Ariana Suassuna, é impossível o ser humano ser transformado da evolução de
um animal “do macaco”. Cada ser vivo tem sua particularidade, seu jeito de ser,
de agir, cada formado e criado a sua própria espécie. Por isso não há uma
transformação entre uma espécie e outra. Transformar uma característica própria
que tem uma função própria, uma vida
própria em um segundo ser é impossível. Como transformar um animal em um ser
humano que tem um intelecto muito diferente, sua sabedoria, seus sentimentos,
seus desejos, que são próprios do ser humano. O ser humano veio da criação
divina, e não da evolução de outra espécie.
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Jose Clebson M. Pereira - Ariano Suassuna, Criacionismo
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Frei Mario Josué, O. Carm.: A visão de Ariano Suassuna sobre o
evolucionismo e sua concepção de ciência
A visão e a atitude de
Ariano Suassuna são extremamente filosóficas. Podemos identificar isto nos dois
exemplos que ele dá, até de forma bem humorada, no início da palestra: a
admiração, espanto e, até, a incredulidade, ante os meios modernos de comunicação,
sobretudo o telefone; e quando ele fala que tem que examinar as ideias que se
lhes apresentam.
Ariano
Suassuna tem uma visão espiritualista da ciência, nem tanto por afirmar ter uma
visão de mundo católico, religioso, mas ao dizer que no homem age uma sentelha
divina, onde podemos identificar a teoria da iluminação de Agostinho, que,
filosoficamente, remete a Platão e este a um pré-socrático.
Ao
examinar o que se lhes apresenta, Suassuna apresenta o conceito de
verificabilidade, procurando o que tem de verdade através da aparência,
revelando e descartando o que há de superficial no mundo e no homem.
Ao
expressar seu ceticismo no evolucionismo, na descendência humana provinda do
macaco, Ariano apresenta a mesma visão de são Tomás de Aquino: o homem como o
centro da criação de Deus. Lembrando que, filosoficamente, Tomás de Aquino
remete a Aristóteles e este, por sua vez, remete, também, a um pré-socrático.
Ariano
Suassuna é cético quanto ao evolucionismo mas não é agnóstico quanto a ciência,
pois ao examinar as coisas, ele busca os seus fundamentos e pressupostos,
deixando sobressair uma filosofia espiritual mas plenamente racional
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Josué
Laurindo da Silva: A evolução
O falar da evolução Ariano
começa por questionar a afirmativa de que o homem tenha evoluído de um macaco.
Ele combate essa ideia de ridicularizando o próprio ato de evoluir, como pode
as coisas evoluir de forma tão perfeita, uma molécula virar célula, as células
se unirem e virar peixe, os peixes decidirem voar outros saírem caminhando até
chegar no homem. Em seguida faz uma apologia a sabedoria humana e afirmou: “ela
não poderia ter evoluído de um macaco, a sabedoria do homem tem uma centelha da
sabedoria divina”.
Ariano não questiona se a
evolução é ou não possível, mas coloca o homem em um nível superior, para isso
ele usa da teoria de Agostinho de que o homem tem uma centelha da inteligência
divida. E ainda Agostinho fala de razões seminais, teoria esta que acredita que
Deus criou como razões Seminais, isto é, com capacidade de evoluírem. Talvez
seja por isso que Ariano não questione a evolução em si, mas simplesmente a
evolução do homem a partir de um macaco. Também, em relação a todas as coisas
se torna complicada não levarmos em conta essa sentelha divina, pois seria toda
a complexidade da natureza sido fruto do ocaso? Dessa forma, seguido a
raciocínio de Ariano é mais fácil acreditar que exista um Deus criador que da
sentido ao ser do homem do que acreditar que o homem é simplesmente do ocaso.
Surge uma nova questão: se, por princípios tão lógicos podemos perceber que o homem foi criado homem e capaz de sabedoria, por que a ciência não assume seus limites e para de afirmar com tanta veemência respostas que ela mesma não tem? Talvez seja porque ela está a serviço da máquina ideológica? Ou talvez seja por que os cientista perceberam de forma tão plena a capacidade do homem que não se permitem a se submeterem a algo tão simples como Deus. Ariano acredita nos convoca a acreditar, como Pascal, no mais provável.
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Gedeão L. Pontes da Silva: A critica ao evolucionismo
O Evolucionismo é um conjunto de doutrinas filosóficas que, segundo
ABBAGNANO (2007, p. 462), “vêem na evolução a característica fundamental de
todos os tipos ou formas de realidade”. Como expoente deste estudo, tem-se a
obra A Origem das Espécies, de
Charles Darwin, onde ele ensaia que tanto o homem, quanto o macaco, devido às
fortes semelhanças biológicas que ambos possuem, teriam um mesmo ascendente em
comum. Frente a tal afirmação e levando em consideração o seu rigor científico,
percebe-se que algo que vá de encontro necessite passar pelos mesmos critérios
que fundamentaram e erigiram a pesquisa de Darwin.
A partir do supracitado, percebe-se que a exposição feita por Ariano
Suassuna em uma determinada aula-espetáculo, carrega não a Corrente
Evolucionista, mas a Criacionista, e ele, de forma esplêndida, explica-a com um
pensamento repleto por acordes de comédia utilizando para isso a sua acentuada
religiosidade. Para Suassuna, a ciência carrega o complexo de não conseguir
criar a vida e aí está o seu limite.
Com isso, chega-se a conclusão que para Suassuna, somente uma criatura
superior poderia ter criado a maravilha que é o homem em toda a sua
complexidade, dotando-o de uma centelha
divina, e isso é o que o torna fantástico entre as demais espécies.
BIBLIOGRAFIA
ABBAGNANO, Nicola.
Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bossi,Ivone Castilho Benedetti. 5. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2007.
SUASSUNA, Aula espetáculo de. 2012. Disponível
em < http://www.youtube.com/watch?v=8ieVa2tVPac> Acesso em: 11 agosto. 2014.
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Visão de
Ariano Suassuna acerca do Evlucionismo
Paulo H. Alves Batista
O poeta , escritor brasileiro Ariano Suassuna em suas declarações deixa transparecer além de seu amor à cultura
brasileira , o seu modo de ver o mundo, o homem,as realidades do seu tempo. Em
suas falas suassuna faz inumeras
criticas a concepções polemicas como é o caso do surgimento da vida humana.
O seu pensamento está fundamentado na concepção cristã de que o homem é um ser
criado com singularidades e com suas
peculiaridades superiores às demais espécies. Sua observação se dá não a partir
do conhecimento ciêtifico, mas a partir da observação empirica das capacidades
do ser humano que para ele é prova de que o homem é criado por Deus conforme a concepção cristã revelado na bíblia.
A visão de mundo, de cosmos, de relações
humanas que o poeta defende baseados não em critérios humanos, mas na crença, se constituem um
protesto as demais concepções
filosóficas ou cientificas darwinista
que defendem que o surgimento da vida humana se dá a partir de um
processo de constante transformação. A seu ver a ciência sendo incapaz de
reconhecer a sua incapacidade de criar
ou mesmo explicar a origem da vida se constitue uma tentativa de manipulação e negação de Deus
como origem da vida .O que a meu ver revela um desconhecimento do que de fato defende a concepção cristã que não
defende de forma alguma a oposição entre
a ciência e fé.
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Ariano Suassuna
Roberto Rosa Santos
No inicio ele terce uma
critica, a forma de categorizar o ser humano, pelo o que faz, mas é exposto que
não é uma forma segura, pois, o Ariano Suassuna fora fazer direito, porque era
a única opção, por conta da matemática, já que não era matéria de peso, só que
o mesmo não teve muito sucesso. O Ariano continua, mas é referente ao ser
humano, em se escravizar por meio dos aparelhos tecnológicos, pois ele sita a
seu mau relacionamento com os mesmos, que estar envolvido com o seu insucesso
no escritório que trabalhava.
Ele é um homem religioso e
meio cético em cerca ao humano, dentro dos seus limites. Mas ele sita que ao se
colocar diante ao livro com o titulo A humanização do macaco pelo o trabalho,
ele passou a se negar o que o autor do livro escrevesse. O que foi espanado
pelo o autor Ariano, é algum que é discutido a vários anos, porem o que chama
atenção, é a reação dele a respeito a uma opinião diferente da dele. Mas voltando
para o que interessa a questão da evolução eu acredito um evoluir dentro de sua
espécie, mas não como inicio de vida no mundo, como foi apresentado no vídeo, e
concordo com Ariano, que é mais fácil de compreender como estar na bíblia, do
que a forma que ele apresentou. Que não é a forma apresentada por Darwin, que é
a evolução do macaco para o ser humano de hoje, de acordo com a sua
descendência.
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ARIANO SUASSUNA: EVOLUCIONISMO E CRIACIONISMO
Robson Silva
Desde
a antiguidade, o homem tenta entender sua origem na história. Questionamentos
acerca da sua existência humana alimentam e exercitam a mente daqueles que
buscam se autoconhecer. Nesta busca, surgem algumas teorias que tentam explicar
a existência da vida humana, dentre elas, o criacionismo e o evolucionismo: no
princípio criou Deus o homem, os céus e a terra ou o homem é evolução do
macaco?
Ariano Suassuna, poeta e escritor brasileiro, com muita simplicidade e inteligência, e até de
forma engraçada, características que lhe são muito peculiares, apresenta
argumentos da razão sobre a teoria da Evolução. Afirma: “[...] eu não aceito que a inteligência
humana tenha evoluído da inteligência do macaco, ou seja, de que bicho for”.
Suassuna se diz totalmente descrente em relação à teoria da evolução das espécies, pois, o homem é um ser
dotado de inteligência, isto o diferencia dos outros animais. Só a razão
auxilia o homem no descobrimento das coisas e o conduz a varias façanhas em
sociedade como criar: “Nunca vi um só macaco criar
um prendedor de roupa”, disse Suassuna. O aparente anti-cientificismo
de Ariano Suassuna, expresso em alguns textos seus e entrevistas mostra que ele é um homem
que crê em Deus e por tanto defende a teoria criacionista, contudo, espero que
isso não seja motivo para desacreditar em todo um ramo do conhecimento
humano.
Manoel Messias de Oliveira
De forma bem humorada e descontraída, o escritor e poeta Ariano Suassuna, conduz uma palestra no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e dentre os assuntos abordados ele se refere a teoria das criação de Darwin. O darwinismo prega a evolução das espécies a partir da organização no planeta, suas disposições e derivações. Uma visão revolucionária para o seu tempo e que modificou profundamente a forma de pensar a origem do homem.
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Evolução e criação
Manoel Messias de Oliveira
De forma bem humorada e descontraída, o escritor e poeta Ariano Suassuna, conduz uma palestra no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e dentre os assuntos abordados ele se refere a teoria das criação de Darwin. O darwinismo prega a evolução das espécies a partir da organização no planeta, suas disposições e derivações. Uma visão revolucionária para o seu tempo e que modificou profundamente a forma de pensar a origem do homem.
A
posição assumida por Suassuna faz oposição à teoria da evolução, no que se
refere à origem da vida. Cita o exemplo clássico da comparação entre homens e
macacos, comentando a diferença no intelecto, a capacidade de criar, planejar e
refletir a realidade a sua volta. Ele afirma a impossibilidade de um
nivelamento entre a inteligência humana e a dos macacos. “Na inteligência
humana existe uma centelha divina. Macaco já nasce macaco e gente já nasce
gente.”
Ele
critica a tentativa frustrada da ciência em explicar a origem da vida,
mantendo-se orgulhosa e irredutível. Sem temer qualquer teoria, Suassuna
posiciona-se contrário ao evolucionismo, assegurando-se nas explicações da fé
como fonte segura. “É preciso mais fé para acreditar nisso (teoria do
evolucionismo) do que na história de Adão e Eva.”
A
figura irreverente do poeta lhe permite uma livre expressão e até mesmo o uso
de uma linguagem cômica para exprimir-se, principalmente sobre assuntos
polêmicos como este. Grandes discussões já foram levantadas em torno desse
tema. Se de um lado é apresentada uma versão bíblico-teológica, atribuindo à
divindade a origem da vida, sua criação e especificações, do outro, a
comunidade científica, com argumentações e resultados de pesquisas e
experimentações, apostando na via darwiniana da evolução das espécies.
O
posicionamento radical ante esse tema é perigoso e tendencioso, pois o que se
questiona é o processo de evolução da vida animal no planeta e não a fé e
crenças religiosas. Se escolhermos a explicação do livro do gênesis para o
surgimento da vida na terra, estaríamos abraçando uma posição radicalmente
mitológica e ignorando a dimensão literária com o uso de parábolas e outros
recurso para se falar de um Deus criador capaz de elaborar um projeto
inteligente de desenvolvimento da vida nas diversas condições e estágios.
A
Igreja posiciona-se contra a afirmativa de que a vida surge do acaso, sem uma
atribuição de sua origem, seu surgimento. Porém reconhece que assuntos de
caráter científico devem ser confiados à ciência, que por sua vez reconhece seu
limites no que diz respeito à origem da vida, ao perguntar-se acerca do período
antecedente ao big-bem. Se a igreja reverencia a ciência por suas pesquisas e
comprovações, deve, da mesma forma, ser considerada ao tratar da participação
divina na criação e desenvolvimento do universo.
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