domenica 25 maggio 2014

Pioneiros da Reforma Protestante (I): Martin Luther (Lutero)



INTRODUÇÃO
Realizar uma pesquisa sobre um personagem dos quais já se escreveu inúmeros livros e também já interpretaram a sua vida de várias maneiras, é uma tarefa não muito fácil, pois o que pode advir será uma mera repetição, isto, consentindo que de Martinho Lutero comentaram ou interpretaram seu pensamento de diversos âmbitos.
A personalidade de Martinho Lutero, desde qualquer ângulo que se possa considerá-la, é bastante complexa e resulta ser uma abordagem quase que inacabável, pois, ele é contemplado desde o ponto de vista teológico e filosófico por muitos autores de vários ramos de estudos científicos. Por muitos séculos, Lutero foi considerado por muitos cristãos católicos sob um prisma negativo. Há quem afirma Lutero como o homem que não somente deu à Alemanha uma das primeiras obras literárias em língua vulgar, como também, contribuiu para uma formação de uma consciência nacional alemã.
O princípio da teologia da reforma está na afirmação de que o pecador alcança a justificação só por meio da promessa da justiça de Cristo, aceita unicamente na fé. É realizada só por meio de Cristo; é só graça; é prometida pela palavra do evangelho e aceita unicamente na fé. Aqui conseguimos assinalar o fundamento da doutrina luterana: solus Christus, sola gratia, sola Scriptura e sola fides.
No entanto, queremos a partir do conhecimento de sua biografia, obras e acima de tudo do seu pensamento chegar a entender os “por quês” de toda a revolução que este religioso conseguiu realizar em sua época. Para chegar à aquisição deste conhecimento iremos utilizar-nos de algumas ferramentas preciosas para nossa análise: compreender o contexto histórico em que o autor está inserido, partindo dos conhecimentos sobre a sua infância, do seu ingresso no mosteiro dos agostinianos, das suas influências místicas, como também do seu pensamento sobre a Igreja que se convencionou chamar das “95 teses” e da revolução religiosa e política causada inicialmente na Alemanha e posteriormente em toda a Europa naquele tempo.
Diante desses pressupostos poderemos chegar a uma conclusão sobe toda a pesquisa realizada e expormos o nosso parecer diante de tal figura que com seu pensamento conseguiu mudar a sociedade de seu tempo.

VIDA
Martinho Lutero, tido como precursor da Reforma Protestante, nasceu em Eisleben, Alemanha, a 10 de novembro de 1483, filho de camponeses católicos. Como era comum na época, foi alvo de uma disciplina rígida. O menino Lutero aprendeu, entre outras coisas a orar aos santos, realizar boas obras e respeitar o papa e a Igreja com reverência.
Logo cedo aos 5 anos, Lutero começou a estudar latim em uma escola local. Aos 12 anos foi aluno da escola de uma irmandade religiosa em Magdeburgo. Em 1505 recebeu grau de mestre em Artes da Universidade de Erfurt e logo depois começou a estudar Direito. Pouco tempo após iniciar a estes resolveu tornar-se monge e ingressa no Mosteiro agostiniano de daquela cidade. A sua ordenação foi em 1507. Em seguida deixou este mosteiro para ensinar filosofia moral na Universidade de Wittenberg, na qual continua seus estudos e obtêm o título de doutor em teologia. De 1513 a 1518 foi professor de teologia bíblica na mesma universidade, e começa a ficar conhecido.
Já com certa idade, começa a ser afligido por uma angústia que pode ser sintetizada em uma pergunta: se o coração da pessoa é governado pelo pecado, como pode esperar salvação diante de Deus? Por causa do que havia aprendido, procurou resposta por meio de boas obras, como jejuns e autoflagelação. Porém, continua a se sentir incapaz de sentir paz diante de Deus, ficando desesperado.
Protesta contra a teoria da Igreja Romana do mérito extra, no qual as pessoas poderiam transferir suas indulgências a outros, principalmente por meio de pagamento. Foi então, que em 31 de outubro de 1517, fixa na porta da Igreja de Wittenberg uma série de críticas, que se tornaram conhecidas como 95 Teses, sua principal ou mais conhecida obra e que discorreremos sobre mais adiante.
Por causa de suas críticas é convocado por Roma para responder as acusações de heresia. Sabendo disso, o Príncipe da Saxônia, Frederico, o Sábio, interveio e insistiu que a audiência de Lutero fosse realizada em solo alemão. Como resultado, uma Dieta Imperial foi realizada na cidade de Augsburgo, em 1518. Lutero se recusou a mudar de opinião. Temendo ser preso, fugiu. As idéias de Lutero logo encontraram adeptos em todas as regiões da Alemanha, e mesmo fora dela. A resposta do Papa à situação foi uma bula papal ameaçando Lutero de excomunhão, caso não se retratasse. Em protesto, ele queimou publicamente a Bula e foi excomungado em janeiro de 1521. Em junho de 1525, Lutero casou-se com Catarina de Bora, uma ex-freira. Os dois tiveram seis filhos e abrigaram onze órfãos. Lutero faleceu de derrame cerebral em 1546, aos 63 anos de idade, em sua cidade Natal, Eisleben. Seu corpo foi sepultado na Igreja do Castelo de Wittenberg, onde, cerca de 30 anos antes, havia afixado suas 95 Teses.

OBRA
Nos escritos de Lutero toda a vida e a história da Igreja são questionados. A resposta as suas obras e as suas ideias vêm através da bula de Leão X intitulada Exsurge Domine, de 15 de junho de 1520, a qual teve a colaboração de Caetano e de Eck. Inicialmente Lutero fingiu não se importar com a bula, mas depois reagiu ferrenhamente e se arrogou no direito e com o poder de excomungar o papa e os seus colaboradores, quando publicou um libelo com o nome de Adversus execrabilem bullam Antichristi.
Suas teses eram um protesto contra o abuso da autoridade do Papa, especialmente no sentido de desafiá-lo a esvaziar de graça o purgatório, já que o controla. Lutero também negou o ensino do “mérito extra” que estava por trás das indulgências. Segundo ele, o verdadeiro tesouro da Igreja é o Evangelho. Por essas ideias pública sua principal obra, as "95 teses". As teses iniciam com uma premissa:
“Para fazer com que brilhe a verdade, tudo o que está abaixo será discutido em Wittenberg, sob a presidência do R.P. Martinho Lutero, [...]. Por isso, ele pede que todos os que não puderem estar presentes para discutir conosco, façam-no por escrito.
O conjunto das “95 teses” pode ser separado de acordo com a temática a respeito da prática e da teologia da penitência. No geral são: uma exortação a penitência (1-4; 92-95); o cristão não deve cair numa falsa segurança, confiando em indulgências, dinheiro, ritos exteriores (30-32;49), mas alcançar a cruz; chama atenção para o essencial – o evangelho (92), a cruz de Cristo (68; 92-95), a caridade pra com os pobres (41-45;59), a interioridade (4; 48; 94). Algumas fazem uma crítica dura aos abusos presentes na Igreja e aos cristãos da época.
Lutero publicou cerca de 400 obras durante a sua vida, incluindo comentários bíblicos, catecismos, sermões e tratados. Também escreveu hinos para a Igreja. Parte de suas obras estão publicadas em diversas línguas modernas.

TESES
Nos primeiros anos de sua experiência no mosteiro dos agostinianos, Lutero lê e medita com frequência os escritos de alguns autores místicos, buscando encontrar respostas subjetivas (necessidade de salvação e de justificação perante Deus) que nem a oração nem as duras penitências conseguem transmitir-lhe.
A junção do ockhamismo, da mística e da sua particular psicologia, além de  dificultar-lhe a distinção entre concupiscência, pecado e consentimento, conduzem Lutero para a ideia da absoluta anulação do homem diante de Deus e para a necessidade do abandono passivo à sua vontade. Também contribuíram para forjar seu pensamento algumas leituras de místicos como: Johannes Tauler; o anônimo livro Theologia Teutsch, talvez escrito por João de Frankfurt e João Gerson. Também era apaixonado pelos tratados antipelagianos de Santo Agostinho e das cartas de São Paulo.

Mais tarde, Lutero atribuiu a sua tomada de decisão a uma iluminação que teria tido, talvez em 1517, quando no seu quarto, que ficava numa das torres do convento (por isso o episódio ficou conhecido como experiência da torre), meditava sobre um trecho da carta aos Romanos 1,17: “Porque nele se manifesta a justiça de Deus, pela fé e para a fé, como está escrito: o justo viverá pela fé!”. A partir deste texto, Lutero compreendeu que aqui não se fala da justiça vingativa, mas da justiça salvífica, a graça com a qual Deus nos santifica, pois o termo “justiçanão se refere à intervenção pela qual Deus premia os justos e pune os pecadores, mas fala do ato com o qual o próprio Deus cobre os pecados de todos os que se entregam a Ele mediante a Fé.
As ideias de Lutero sobre as indulgências já haviam sido expostas antes, mas de forma velada e respeitosa, nas salas de aulas, nas pregações, e em suas cartas privadas e ainda em alguns atos públicos. Com efeito, seguindo o costume estabelecido já desde a antiguidade entre os povos cristãos da Europa, o papa Leão X (1513-1521) promulgou em 1515 uma bula com o objetivo particular de angariar fundos para a construção da Basílica de São Pedro em Roma. Do ponto de vista dogmático, esta prática não oferece nenhuma dificuldade.
Para realizar a pregação das indulgências na Alemanha foi designado pela Santa Sé como comissário o arcebispo de Mogúncia, Alberto de Brandenburgo, que elaborou uma instrução para a pregação das indulgências chamada Instructio summaria. Dentre seus delegados para a pregação das indulgências na Alemanha temos o dominicano João Tetzel. Este começou a pregar as redondezas de Wittenberg em abril de 1517 obtendo grande sucesso. Apesar da correta doutrina elaborada na instrução do arcebispo, a pregação foi enfeitada de alguns exageros ao ponto de dizer que “a alma era libertada do purgatório tão logo a moeda caísse na caixa de esmolas”.  Tetzel preocupava-se mais com os negócios do que com o arrependimento e a conversão.
Quando a Instructio summaria chegou as mãos de Lutero e soube dos exageros de Tetzel por meio dos seus penitentes, reagiu duramente escrevendo a Alberto de Brandenburgo, ao seu ordinário Jerônimo Schulz, a outros bispos e conhecidos. Junto da carta a Alberto ele anexou as chamadas “95 teses.
Roma enviou o cardeal Caetano para cuidar do assunto. Lutero e Caetano discutem “paternalmente”, mas não se chega a nenhum resultado. No fundo, não deu certo porque havia uma incompatibilidade de linguagem entre os dois: Caetano tinha uma linguagem teológica baseada na Escolástica, enquanto que Lutero baseava-se na via moderna, a nova linguagem que tinha sido influenciado pelo ockhamismo nominalista. Realmente nunca poderia se chegar a um ponto de concordância. Outra tentativa de resolução da situação foi em Leipzig entre João Eck, vice-chanceler da universidade de Ingolstadt e Lutero. Eck rebate as teses de Lutero com algumas observações chamadas de Obeliscos, as quais Lutero refuta com os Asteriscos. Também entra na briga André Bodenstein de Karkstadt entra na defesa de Lutero, mas a desenvoltura de Eck foi superior aos dois. Os pontos da discussão foram sobre a questão das indulgências, mas os pontos fundamentais eram sobre o livre-arbítrio e primado papal. Após os debates com Caetano e o de Leipzig, Lutero utiliza cada vez mais o Alemão em seus escritos, pois quer atingir a população mais simples, os leigos, e nesse tempo escreve muitas de suas obras colocando nelas os seus princípios: Sola Scriptura, Sola Gratia e Sola fide.
Esses três são os pontos essenciais da doutrina de Lutero:
Sola Scriptura: com esse princípio faz-se uma crítica a Escolástica, exclui a liberdade de interpretação da escritura, pois esta interpreta a si mesma, e, sobretudo exclui a mediação da Igreja com o seu magistério.
Sola Fide: Para se chegar a fé somente Cristo nos justifica. O homem sendo justo, realizando obras justas, não pode alcançar a salvação. Pois não admite que o homem possa alcançar a Deus por meio das obras boas. Pois a salvação e a justificação são gratuitas, um dom divino.
Sola Gratia: Com tal princípio rejeita a mediação humana nas coisas referente a Deus, pois este é um nada diante de Deus. Também não admite a hierarquia da Igreja. Lutero define a Igreja como uma comunidade espiritual de fiéis que unidas sob uma só fé (sola fide), não aceita a missa como sacrifício e reduz o sacerdócio ministerial ao sacerdócio comum dos fiéis.
Diante desse impasse o imperador como autoridade civil é chamado a intervir. Os núncios apostólicos Alexandre e Caracciolo pedem que Lutero seja exilado, mas o imperador tinha feito um juramento a Lutero, em 3 de junho de 1519, que não podia banir por causa da eminente eleição e para não se indispor com Roma fez um acordo: fazer com que Lutero fosse na dieta e retratar-se. A dieta de Worms aconteceu nos dias 16 a 25 de abril de 1521; Lutero comparece por meio de um salvo-conduto dado pelo imperador. No dia 17 de abril Lutero comparece para a primeira audiência reconhecendo os seus escritos e pedindo tempo para retratação, mas na verdade não queria retratar-se, foram-lhe concedidos 3 dias para refletir. Como não quis retratar-se o imperador decidiu agir contra Lutero e no dia 26 de maio assinou o edito de banimento.
Quando isso aconteceu Lutero já estava em segurança no castelo de Coburg em Wartburg, onde ficou durante 9 meses, até março de 1522. Neste período ele desenvolve uma vasta atividade literária, faz a tradução do Novo testamento num alemão popular e escreve obras polêmicas justificando e desenvolvendo as suas próprias reformas.
Imbuídos pelo espírito revolucionário também os camponeses iniciam em 1525 uma guerra com motivações religiosas e ao mesmo tempo sociais contra os nobres da época. Lutero procurou acalmar num primeiro momento, com seu escrito Advertência pela paz, mas não vendo muito resultado toma uma posição mais decidida contra as atitudes dos camponeses e escreve Contra as bordas ladras e assassinas de camponeses, onde pede que se faça justiça e que os camponeses sejam trucidados como animais ou reduzidos ao estado de escravidão.

CONCLUSÃO
A Reforma implantada por Martinho Lutero não deve ser vista apenas de um ponto de vista, e muito menos está somente ligada aos grandes acontecimentos da sua época, mas também a sua história pessoal e, em particular, à sua angústia diante da onipotência divina e a miséria do homem.
Como vimos muitas coisas inquietaram a alma de Lutero e lhe tiravam a paz interior que tanto buscava. Tais inquietações favoreceram para que houvesse todo o processo de reforma por parte de Lutero, mas não podemos reduzir tudo somente aos fatores acima elencados.
No entanto, o conjunto de fatores religioso – político – social e psicológico (pessoal de Lutero) unidos perante o mesmo acontecimento favoreceu para que houvesse todo o movimento reformador explodisse.
Portanto, não podemos ter uma visão minimalista dos fatos, mas a partir do estudo e aprofundamento dos fatos históricos e do contexto em que a Europa estava passando, aí sim podemos chegar a uma conclusão ou a várias.
Concluímos que Lutero não teve toda a culpa por acontecer todo o movimento reformador, mas muitos influentes de sua época aproveitaram o ensejo para colocar em prática tanto as ideais de Lutero como as suas próprias. Por isso, precisamos ter um olhar crítico diante de tudo o que aconteceu e ver também pelo lado positivo em que, talvez se não fosse o movimento reformador, a Igreja iria continuar com o comodismo e com os abusos que vinha sendo praticado nela. Na História nada acontece por acaso ou por mera convenção, mas sempre tem o “agir providente” dAquele que tudo criou e a tudo sustém.

BIBLIOGRAFIA
ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. História da Igreja III. São Paulo: Paulus, 1999.
DANIEL-ROPS. A Igreja da Renascença e da Reforma. São Paulo: Quadrante, 1996.
LACOSTE, Jean Yves. Dicionário Crítico de Teologia. São Paulo: Paulinas e Loyola, 2004.
MARTINA, Giacomo. História da Igreja. De Lutero a nossos dias I. O período da Reforma. São Paulo: Loyola, 1997.
MELO, Leonel Itaussu A. e COSTA, Luis César Amad. História Moderna. 5ed. São Paulo: Scipione,1999.
PEDRO, Antônio. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Moderna, 1985.

Atividade elaborada sob solicitação do Prof. Dr. Pe. Claudio Dionizio Rocha Santos, para a disciplina Teologia Protestante e Oriental, sendo esta parte de uma das avaliações do curso.
Aracaju – SE, maio/2014

AÉCIO CRUZ


lunedì 12 maggio 2014

Alguns aspectos da pregação de Luther



Quão conhecida é a opera omnia di Lutero no meio religioso? Católicos e evangélicos: quanto conhecer da teologia luterana? Aqui queremos propor alguns trechos polêmicos. convém ressaltar que trechos polêmicos também aparecem em autores catolicamente ortodoxos, como Tertuliano ou Tommaso D’Aquino, mas isto é uma outra questão.
A fim de evitar possíveis alegações de que os trechos citados abaixo são tirados do contexto e, portanto, não podem ser confiáveis como representações precisas do pensamento de Lutero, fornecerei uma referência indicando onde cada trecho pode ser encontrado. Você verá que nenhuma dessas passagens dizem nada além do que aparece aqui. Uma outra objeção é que outros escritos de Lutero podem contradizer algumas das ideias que você encontrará aqui. Convém, todavia, responder que auto-contradição não torna um indivíduo mais coerente, mas menos.
O primeiro texto proposto foi extraído de Tischredden, Conversas à Mesa, n° 1472, Ed. de Weimar, Vol. II, p. 107, apud F.F. Brentano, Martim Lutero, Rio de Janeiro, Ed. Vecchi, 1956, p. 15:
Cristo cometeu adultério pela primeira vez com a mulher da fonte, de que nos fala São João. Não se murmurava em torno dele: ‘Que fez, então, com ela?’, depois com Madalena, depois com a mulher adúltera, que ele absolveu tão levianamente. Assim Cristo, tão piedoso, também teve de fornicar antes de morrer.
Um segundo texto, passível de variável interpretação é a Carta n° 99 (referencia completa: (Que os vossos pecados sejam fortes, O Projeto Wittenberg, O Segmento Wartburg, de Saemmtliche Dr. Martinho Lutero Schriften, Carta n º 99, 1 de agosto de 1521)
Seja um pecador, e deixe os que vossos pecados sejam fortes, mas deixe que vossa confiança em Cristo também seja forte, e nos glorificamos em Cristo que é a vitória sobre a morte, o pecado e o mundo. Nós cometemos pecados enquanto estamos aqui, pois esta vida não é um lugar onde resida a justiça … Nenhum pecado pode nos separar d’Ele, mesmo se estivéssemos a matar ou cometer adultério milhares de vezes por dia”.
Como alguns interpretam, a afirmação acima parece sustentar que as nossas ações – mesmo as ações mais pecaminosas que se possam imaginar – não importam; que se pode cometer qualquer pecado – intencionalmente, presunçosamente, propositadamente – e não si ofende a Deus! Afinal, não precisa-se de nada mais do que a “fé” para ser salvo. O que se faz é incidental. É claro que qualquer pessoa familiarizada com as Escrituras salientaria que esta não é uma doutrina cristã. Por toda a Bíblia lemos que o pecado nos separa de Deus (Is 59,1-2). Nenhum fiel tem uma licença para pecar, aqueles que voluntariamente se entregam ao pecado serão julgados no Tribunal do Juízo de Cristo (Rm 12,14).
O texto seguinte, toca uma questão nevrálgica: o livre arbítrio. E foi extraído da redação, Escravidão da Vontade: Martin Luther:.. As seleções de seus escritos, ed por Dillenberger, Anchor Books, 1962 p. 190
No que diz respeito a Deus, e em tudo o que traz a salvação ou condenação, (o homem) não tem ‘livre arbítrio’, mas é um prisioneiro, cativo e escravo, quer da vontade de Deus, ou da vontade de Satanás.
Ou ainda, Ibid., p. 188: “Nós fazemos tudo por necessidade, e nada pelo ‘livre arbítrio’, pois o poder de ‘livre arbítrio’ é nulo”. e, enfim, um trecho de sua obra famosa, De Servo Arbitrio, 7, 113s.:
O homem é como um cavalo. Deus  por acaso salta na sela? O cavalo é obediente e se acomoda a todos os movimentos do cavaleiro e vai para onde ele o quer. Será que Deus derruba as rédeas? Assim, Satanás pula no lombo do animal, que se dobra, anda e se submete à esporas e caprichos do seu novo piloto … Portanto, necessidade, não o livre arbítrio, é o princípio de controle do nosso comportamento. Deus é o autor do que é mal, bem como do que é bom e, assim como Ele dá a felicidade àqueles que não a merecem, Ele também maldiz aqueles que merecem o seu destino.
Estes trechos passagens vêm do tratado luterano, intitulado De Servo Arbítrio ou, Cativeiro da Vontade, no qual o grande reformador trabalha arduamente para apresentar o caso em que o livre-arbítrio não existe. Todavia, em Eclo 15,11-20, afirma-se:
Não digas: ‘Foi por feito de Deus que eu caí: pois o que ele odeia, ele não faz’. ‘Não digas: ‘Foi ele quem me pôs perdido, pois ele não tem necessidade de homens ímpios’ … Quando Deus, no início, criou o homem, ele o fez sujeito de sua própria escolha livre. Se você escolhe, você pode guardar os mandamentos … Há  diante de ti fogo e água; qualquer um que escolhas, estendas a tua mão. na mesma linha vai Deut 30,19-20: Coloco diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe a vida, então, que tu e teus descendentes possam viver, amando o Senhor, teu Deus, obedecendo sua voz, e apegando-te, a ele.
Podem ser citados outros textos, como Gn 4,7, onde Deus fala a Caim: Por que está tão ressentido e desapontado. Se você faz bem, você pode manter sua cabeça erguida, mas se não, o pecado é um demônio espreita à porta: seu impulso é para você, mas você pode ser seu mestre.
Sobre a questão da submissão do fiel a uma qualquer autoridade, o Reformador sentenciou no texto A liberdade de um cristão” em, Martin Luther: Seleções de seus escritos, Ed. por Dillenberger, Anchor Books, 1962 p. 63
Cada cristão é por fé tão exaltado acima de todas as coisas que, por força de um poder espiritual, ele é o senhor de todas as coisas, sem exceção, de modo que nada lhe pode fazer mal nenhum. Por uma questão de fato, todas as coisas são subordinadas a ele e são obrigadas a servi-lo na obtenção de salvação.
Lutero parece ensinar que não há necessidade de mediador entre Deus e o fiel. Assim, ele se opõe à autoridade eclesiástica, e a hierarquia que a exerce. como foi afirmado no início deste texto, os trechos citados acima são passiveis de interpretações. A finalidade, aqui, é instigar o leitor à consulta da fonte, à aceitação iluminada do convite: sapere audi!

lunedì 5 maggio 2014

Teses sobre as causas da Revolução protestante



A Reforma, até hoje, não é só um evento histórico, uma coisa de tempos passados. As suas consequências inluem diretamente, também no presente, nas questões mais importantes de nossa vida politica, eclesiástica, econômica e privada. a Reforma do século XVI é ainda um presente vivo. o fato que um modo de pensar superficial e incapaz de aprofundamento histórico negue isto  algumas vezes, não muda minimamente uma tão grave realidade[1]. Por tais razões existe uma divisão entre os historiadores e entre os próprios estudiosos da questão. As principais teses são as seguintes: a tradicional e a marxista. fora delas, como afirmam estudiosos como Martina e Lortz, existem outras, que poderão ser esboçadas a partir das ideias expostas mais adiante.
A tese tradicional
Esta foi a tese mais difundida – tanto entre estudiosos católicos quanto entre protestantes – pois focava nos abusos e nas desordens da Igreja Católica de então – de modo excepcional, a cúria romana, a causa da reforma luterana. Esta é a tese clássica. Mas desde o início do século passado esta concepção foi alvo de fortes críticas; principalmente porque em outros períodos houve graves abusos, sem que isso levasse a um revolta contra Roma. de fato, o próprio papa Adruiano VI à época já afirmara que a cúria era responsável pela corrupção da Igreja, não da revolta protestante. a Unitatis Redintegratio, de fato, afirma: não pequenas comunidades se separaram da plena comunhão da Igreja católica, às vezes não sem culpa de pessoas de ambas as partes[2].
Assim, pode-se dizer que hoje em dia católicos e protestantes estão de acordo em rejeitar essa tese, seja porque se procure, com maior ou menor fundamento, corrigir e atenuar o quadro tradicional da corrupção moral da cristandade do século XVI, seja porque, com maior rigor cientifico, se pesquise, através das próprias palavras dos protagonistas da reforma, quais os fins a que eles se propunham e que motivos os inspiravam[3].
De fato, a posição de Martina encontra sustentação em várias declarações de Lutero. Eis uma delas: a vida é má tanto entre nós como entre os papistas, mas nós não os condenamos por sua vida prática. A questão é bem outra: se eles seguem a verdade. Outro argumento pode ser extraído do seu opúsculo, de 1520, À nobreza cristã da nação alemã, onde o reformador sublinha, entre os abusos a serem abolidos, a distinção entre sacerdócio e laicato, o magistério supremo do pontífice e o seu direito de convocar concílios. Escreveu: não refuto a moralidade e os abusos, mas a substancia e a doutrina do papado[4].
Segundo Martina, muitos textos luteranos confirmar que não existia, nele, a intenção de separar-se da Igreja, mas, sim, desejava que esta passasse por uma transformação, uma recusa de pontos essenciais da doutrina católica, como o primado, a justificação entendida no sentido tradicional, o sacrifício da missa etc[5]. Assim sendo, não se tratava de uma reforma moral ou administrativa, como parece propor a tese acima.
Em suma: não é um evento simples, unitário e transparente. É, antes,
uma realidade extraordinariamente complexa, seja em si, seja em seus articuladissimos alicerces, antigos de muitos séculos e sobre os quais essa se edifica. Alias, estes alicerces representam o elemento capital [...]. A Reforma é tanto um fato social quanto obra de particulares, excepcionais personalidades. como fenômeno social é um movimento seja cultural, seja decididamente político e econômico; por outro lado, porem, obedece, em muitos aspectos, às leis de comunidades eclesiásticas sejam elas de dimensões limitadas que mais amplas[6].
A tese marxista
Sobre estas tese, nascida da visão exposta anteriormente e que comporta uma visão revolucionaria, evolutiva mais do que linear e continuativa da historia e, dentro dela, da historia enquanto misterium salutis[7].
Para os fautores desta tese, que defendem-na com muitas e diversas nuances, Lutero não é um autentico teólogo; pouco menos um homem dotado de profundos sentimentos religiosos, mas, um agitador. Nesta ótica, a Reforma protestante não é senão o disfarce religioso da crise econômico-social, comum na Europa da metade do século XVI. Com padre Martina, pode-se argumentar que, é difícil explicar adequadamente um fenômeno espiritual e religioso de repercussão universal, como o luteranismo, levando-se em conta somente fatores econômicos,que, quando muito, podem ser considerados uma ocasião, um elemento que facilitou a rápida expansão de um movimento que se originou de outras causas bem diferentes[8].
É um fato que aderiu à Reforma protestante membros de diferentes estrados sociais – camponeses, artesãos, burgueses, nobres e príncipes – isto é, homens de interesses diametralmente opostos. Se alguns fatores econômicos contribuíram para o proliferação da revolta, não podem ser subestimados os fatores de ordem mística e espiritualistas de seus chefes. Assim, passando pelas causas genéticas do fenômeno, nascido séculos antes, poder-se-á entender o encadeamento de causas e, daí, perfilar uma tese sobre as causas da Reforma que seja condizente com a realidade dos fatos, permitindo entender esse fenômeno dentro de um processo lento nas decisivo para sua eclosão.
1) Causas religiosas

A) A luta e a derrota do Papa Bonifacio VIII


B) O exílio de Avignon

C) O cisma do Ocidente

D) O Renascimento

E) A decadência da Escolástica



2) Causas políticas, sociais e econômicas

A) A resistência contra Roma


B) A resistência contra a centralização e o absolutismo dos Habsburgos


C) A situação econômico-social


D) A personalidade de Lutero





[1] J. Lortz, Storia della Chiesa in prospettiva di storia delle idee, II, Cisinello Balsano, Paoline, 98.
[2] UR, 3.
[3] G. Martina, História da Igreja: de Lutero a nossos dias, São Paulo, Loyola, 53.
[4] As declaraçoes de Lutero podem ser lidas em WA, Tischreden, I, p. 294; III, p. 408; V, p. 654.
[5] G. Martina, História da Igreja: de Lutero a nossos dias, 53-54.
[6] J. Lortz, Storia della Chiesa in prospettiva di storia delle idee, II, 98-99.
[7] O debate sobre tais interpretações nasce a partir do interpretação dada por Alberigo ao Concílio Vaticano II. daí, proliferou-se por toda a hermenêutica da historiografia eclesiástica. proliferou e passou a ser difundido quase que como única hermenêutica possível. O debate sobre a correta interpretação tornou a ser aberto pelos julgamentos sobre o pós concilio expressos pelo Papa Bento XVI durante seu encontro com os sacerdotes de Cadore (24/07/2007). Durante seu diálogo com os sacerdotes da região de Cadore, o Papa rechaçou a interpretação dinâmica do Concílio – e logo, da própria historia eclesiástica, como o faz a Escola bolonhês – com estas palavras: Uma parte (da Igreja) identificava esta nova revolução cultural marxista com a vontade do Concílio. Dizia: este é o Concílio; na letra e textos são ainda um pouco antiquados, mas detrás das palavras escritas está este ‘espírito’, esta é a vontade do Concílio, assim devemos proceder. E por outra parte, naturalmente, a reação: assim estão destruindo a Igreja. A reação –digamos– absoluta contra o Concílio, a anticonciliaridade, e –digamos– a tímida, humilde busca de como realizar o verdadeiro espírito do concílio. É como diz um provérbio: ‘se cair uma árvore faz muito ruído, se crescer uma selva não se escuta nada’, durante estes grandes rumores do progressismo equivocado e do anticonciliarismo absoluto, crescia muito silenciosamente, com tanto sofrimento e também com tantas perdas na construção de uma nova passagem cultural, o caminho da Igreja. De fato, se tais eventos trazem algo de novo, tudo isso marca profundamente a história do catolicismo contemporâneo. Seria insanidade intelectual não ver nesses eventos um esforço de abafar as vozes daqueles que nos tempos passados, não veem senão prevaricações e ruínas; vão repetindo que a nossa época, em comparação com as passadas, tem piorado; e comportam-se como quem nada aprendeu da História, que é também mestra da vida. Por outro lado, agora pensando metodologicamente esses eventos, não podemos nos desviar do fato de que eles fazem parte da história secular da Igreja católica e do cristianismo e devem ser inseridos na dinâmica antimodernidade-modernidade que marcou – e marca – as lutas em torno dos significados do ser cristão nos séculos passados. Assim, devemos abordá-los não como uns eventos isolados e descolados da história da Igreja, mas sim inseridos na complexidade que a marcou profundamente nesse ínterim, ou seja, uma Igreja que não consegue decidir se mostra sua face de mãe misericordiosa ou de sombria madrasta. Dessa forma, para uma maior compreensão destes eventos e das linhas hermenêuticas que se seguem após seus términos, precisamos inseri-los nessa mesma convergência, já que os grupos que se digladiam em seu interior e na sua posterior interpretação são herdeiros diretos do fluxo histórico (Cf. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/july/documents/hf_ben-xvi_spe_20070724_clero-cadore_po.html).
[8] G. Martina, História da Igreja: de Lutero a nossos dias, 55.

domenica 4 maggio 2014

Georges Florovsky: introduction, sintesi, riassunto, resumen



Georges Florovsky
Georges Vasilievich Florovsky (1893 – 1979) was an Orthodox Christian priest, theologian, historian and ecumenist. Born in Odessa, in the Russian Empire, he spent his working life in Paris (1920–1949) and New York (1949–1979). With Sergei Bulgakov, Vladimir Lossky, Justin Popović and Dumitru Stăniloae he was one of the more influential Orthodox Christian theologians of the mid-20th century. He was particularly concerned that modern Christian theology might receive inspiration from the lively intellectual debates of the patristic traditions of the undivided Church rather than from later Scholastic or Reformation categories of thought. Among his pupils is the theologian and bishop, John Zizioulas.

Life

Georgiy Vasilievich Florovsky was born in the Ukraine on 9 September 1893 at Odessa (then in the Kherson Governorate of the Russian Empire), as the fourth child of an Orthodox Christian priest. Raised in an erudite environment, he learned English, German, French, Latin, Greek, and Hebrew while a schoolboy, and at eighteen he started to study philosophy and history. He graduated from the University of Odessa in 1916.

After his first graduation he taught for three years at high schools in Odessa, and then made his full graduation including the licentia docendi at all universities in the Russian empire.

In 1919 Florovsky began to teach at the University of Odessa; but in 1920 his family was forced to leave Russia. Florovsky realized at that time that there would be no return for him, because Marxism did not accept the history and philosophy he taught. He was part of the emigration of Russian intelligentsia, which also included Nikolai Berdyaev, Sergei Bulgakov, Nicholas Lossky and his son Vladimir Lossky, Alexander Schmemann, and John Meyendorff (the last two of whom would follow him in the USA as Dean of Saint Vladimir's Orthodox Theological Seminary, New York).

In the 1920s Florovsky had a personal and vocational friendship with the existentialist philosopher Nikolai Berdyaev, but the two became distanced later, through Berdyaev's not understanding Florovsky's ordination to the presbyterate (1932), and because of the critical attitude to Berdyaev's philosophy of religion expressed in Florovsky's Ways of Russian Theology (1937).

In 1924 Florovsky received his M.A. in Prague. In 1925 he became professor of patristics at the St. Serge Institute of Orthodox Theology in Paris. In this subject he found his vocation. The lively debates of the thinkers of the early Church became for him a benchmark for Christian theology and exegesis, as well as a base for his critique of the ecumenical movement, and despite his not having earned an academic degree in theology (he was later awarded several honorary degrees) he would spend the rest of his life teaching at theological institutions. In 1932 Florovsky was ordained priest of the Orthodox Church. During the 1930s he undertook extensive research in European libraries and published in Russian valuable patristic studies, such as his book on 'Eastern fathers of the fourth century' (1931) and 'The byzantine fathers fifth to eighth centuries' (1933). These were followed by his magnum opus, Ways of Russian Theology (1937). In this work he questioned the Western-European Christian influences of scholasticism, pietism, and idealism on Orthodox, and especially Russian, Christian theology, and called for its reformulation in the light of patristic writings. The work was received with enthusiasm or condemnation - there was no neutral attitude to it among Russian émigrés. One of his most prominent critics was Nikolai Berdyaev. Florovsky remained professor of patristics at the Institute until 1939, and from 1939 to 1948 taught there as professor of dogmatics.

In 1949 Florovsky moved to the United States of America, to take a position as Dean of Saint Vladimir's Orthodox Theological Seminary in New York City. There his development of the curriculum led to the Board of Regents of the University of the State of New York granting the Seminary an Absolute Charter in 1953.

Florovsky was fired as Dean of the Seminary in 1955. [1] He became a professor of divinity at Harvard University, and ended his academic years as a professor at Princeton University.

He died on 11 August 1979.



Works



  1. Eastern Fathers of the Fourth Century (1931. Paris),
  2. The Ways of Russian Theology (online),
  3. The Catholicity of the Church (online),
  4. The Lost Scriptural Mind (online),
  5. On Church and Tradition: An Eastern Orthodox View (online),
  6. St. John Chrysostom. The Prophet of Charity,
  7. The Ascetic Ideal and the New Testament. Reflections on the Critique of the Theology of the Reformation,
  8. The Limits of the Church, Church Quarterly Review, 1933 (online),
  9. Following the Holy Fathers (Excerpt of The Collected Works of Georges Florovsky Vol. IV, "Patristic Theology and the Ethos of the Orthodox Church," Part II, p. 15-22) (online),
  10. St Gregory Palamas and the Tradition of the Fathers, 1961 (online),
  11. Revelation and Interpretation (online),
  12. Scripture and Tradition: an Orthodox View (online),
  13. The Work of the Holy Spirit in Revelation (online),
  14. Holy Icons (online),
  15. Collected works published 1972-1979 (vol. 1-5) in Belmont, Mass. by Nordland Pub., and 1987-1989 (vol. 6-14) in Vaduz, Europa by Büchervertriebsanstalt.
    • Collected Works. Volume 1: Bible, Church, Tradition,
    • Collected Works. Volume 2: Christianity and Culture [excerpts online],
    • Collected Works. Volume 3: Creation and Redemption [excerpts online],
    • Collected Works. Volume 4: Aspects of Church History [excerpts online],
    • Collected Works. Volume 5: Ways of Russian Theology, Part I,
    • Collected Works. Volume 6: Ways of Russian Theology, Part II,
    • Collected Works. Volume 7: Eastern Fathers of the Fourth Century,
    • Collected Works. Volume 8: Byzantine Fathers of the Fifth Century,
    • Collected Works. Volume 9: Byzantine Fathers of the Sixth to Eight Centuries,
    • Collected Works. Volume 10: Byzantine Ascetic and Spiritual Fathers,
    • Collected Works. Volume 11: Theology and Literature,
    • Collected Works. Volume 12: Philosophy,
    • Collected Works. Volume 13: Ecumenism I: A Doctrinal Approach,
    • Collected Works. Volume 14: Ecumenism II: An Historical Approach.