lunedì 5 maggio 2014

Teses sobre as causas da Revolução protestante



A Reforma, até hoje, não é só um evento histórico, uma coisa de tempos passados. As suas consequências inluem diretamente, também no presente, nas questões mais importantes de nossa vida politica, eclesiástica, econômica e privada. a Reforma do século XVI é ainda um presente vivo. o fato que um modo de pensar superficial e incapaz de aprofundamento histórico negue isto  algumas vezes, não muda minimamente uma tão grave realidade[1]. Por tais razões existe uma divisão entre os historiadores e entre os próprios estudiosos da questão. As principais teses são as seguintes: a tradicional e a marxista. fora delas, como afirmam estudiosos como Martina e Lortz, existem outras, que poderão ser esboçadas a partir das ideias expostas mais adiante.
A tese tradicional
Esta foi a tese mais difundida – tanto entre estudiosos católicos quanto entre protestantes – pois focava nos abusos e nas desordens da Igreja Católica de então – de modo excepcional, a cúria romana, a causa da reforma luterana. Esta é a tese clássica. Mas desde o início do século passado esta concepção foi alvo de fortes críticas; principalmente porque em outros períodos houve graves abusos, sem que isso levasse a um revolta contra Roma. de fato, o próprio papa Adruiano VI à época já afirmara que a cúria era responsável pela corrupção da Igreja, não da revolta protestante. a Unitatis Redintegratio, de fato, afirma: não pequenas comunidades se separaram da plena comunhão da Igreja católica, às vezes não sem culpa de pessoas de ambas as partes[2].
Assim, pode-se dizer que hoje em dia católicos e protestantes estão de acordo em rejeitar essa tese, seja porque se procure, com maior ou menor fundamento, corrigir e atenuar o quadro tradicional da corrupção moral da cristandade do século XVI, seja porque, com maior rigor cientifico, se pesquise, através das próprias palavras dos protagonistas da reforma, quais os fins a que eles se propunham e que motivos os inspiravam[3].
De fato, a posição de Martina encontra sustentação em várias declarações de Lutero. Eis uma delas: a vida é má tanto entre nós como entre os papistas, mas nós não os condenamos por sua vida prática. A questão é bem outra: se eles seguem a verdade. Outro argumento pode ser extraído do seu opúsculo, de 1520, À nobreza cristã da nação alemã, onde o reformador sublinha, entre os abusos a serem abolidos, a distinção entre sacerdócio e laicato, o magistério supremo do pontífice e o seu direito de convocar concílios. Escreveu: não refuto a moralidade e os abusos, mas a substancia e a doutrina do papado[4].
Segundo Martina, muitos textos luteranos confirmar que não existia, nele, a intenção de separar-se da Igreja, mas, sim, desejava que esta passasse por uma transformação, uma recusa de pontos essenciais da doutrina católica, como o primado, a justificação entendida no sentido tradicional, o sacrifício da missa etc[5]. Assim sendo, não se tratava de uma reforma moral ou administrativa, como parece propor a tese acima.
Em suma: não é um evento simples, unitário e transparente. É, antes,
uma realidade extraordinariamente complexa, seja em si, seja em seus articuladissimos alicerces, antigos de muitos séculos e sobre os quais essa se edifica. Alias, estes alicerces representam o elemento capital [...]. A Reforma é tanto um fato social quanto obra de particulares, excepcionais personalidades. como fenômeno social é um movimento seja cultural, seja decididamente político e econômico; por outro lado, porem, obedece, em muitos aspectos, às leis de comunidades eclesiásticas sejam elas de dimensões limitadas que mais amplas[6].
A tese marxista
Sobre estas tese, nascida da visão exposta anteriormente e que comporta uma visão revolucionaria, evolutiva mais do que linear e continuativa da historia e, dentro dela, da historia enquanto misterium salutis[7].
Para os fautores desta tese, que defendem-na com muitas e diversas nuances, Lutero não é um autentico teólogo; pouco menos um homem dotado de profundos sentimentos religiosos, mas, um agitador. Nesta ótica, a Reforma protestante não é senão o disfarce religioso da crise econômico-social, comum na Europa da metade do século XVI. Com padre Martina, pode-se argumentar que, é difícil explicar adequadamente um fenômeno espiritual e religioso de repercussão universal, como o luteranismo, levando-se em conta somente fatores econômicos,que, quando muito, podem ser considerados uma ocasião, um elemento que facilitou a rápida expansão de um movimento que se originou de outras causas bem diferentes[8].
É um fato que aderiu à Reforma protestante membros de diferentes estrados sociais – camponeses, artesãos, burgueses, nobres e príncipes – isto é, homens de interesses diametralmente opostos. Se alguns fatores econômicos contribuíram para o proliferação da revolta, não podem ser subestimados os fatores de ordem mística e espiritualistas de seus chefes. Assim, passando pelas causas genéticas do fenômeno, nascido séculos antes, poder-se-á entender o encadeamento de causas e, daí, perfilar uma tese sobre as causas da Reforma que seja condizente com a realidade dos fatos, permitindo entender esse fenômeno dentro de um processo lento nas decisivo para sua eclosão.
1) Causas religiosas

A) A luta e a derrota do Papa Bonifacio VIII


B) O exílio de Avignon

C) O cisma do Ocidente

D) O Renascimento

E) A decadência da Escolástica



2) Causas políticas, sociais e econômicas

A) A resistência contra Roma


B) A resistência contra a centralização e o absolutismo dos Habsburgos


C) A situação econômico-social


D) A personalidade de Lutero





[1] J. Lortz, Storia della Chiesa in prospettiva di storia delle idee, II, Cisinello Balsano, Paoline, 98.
[2] UR, 3.
[3] G. Martina, História da Igreja: de Lutero a nossos dias, São Paulo, Loyola, 53.
[4] As declaraçoes de Lutero podem ser lidas em WA, Tischreden, I, p. 294; III, p. 408; V, p. 654.
[5] G. Martina, História da Igreja: de Lutero a nossos dias, 53-54.
[6] J. Lortz, Storia della Chiesa in prospettiva di storia delle idee, II, 98-99.
[7] O debate sobre tais interpretações nasce a partir do interpretação dada por Alberigo ao Concílio Vaticano II. daí, proliferou-se por toda a hermenêutica da historiografia eclesiástica. proliferou e passou a ser difundido quase que como única hermenêutica possível. O debate sobre a correta interpretação tornou a ser aberto pelos julgamentos sobre o pós concilio expressos pelo Papa Bento XVI durante seu encontro com os sacerdotes de Cadore (24/07/2007). Durante seu diálogo com os sacerdotes da região de Cadore, o Papa rechaçou a interpretação dinâmica do Concílio – e logo, da própria historia eclesiástica, como o faz a Escola bolonhês – com estas palavras: Uma parte (da Igreja) identificava esta nova revolução cultural marxista com a vontade do Concílio. Dizia: este é o Concílio; na letra e textos são ainda um pouco antiquados, mas detrás das palavras escritas está este ‘espírito’, esta é a vontade do Concílio, assim devemos proceder. E por outra parte, naturalmente, a reação: assim estão destruindo a Igreja. A reação –digamos– absoluta contra o Concílio, a anticonciliaridade, e –digamos– a tímida, humilde busca de como realizar o verdadeiro espírito do concílio. É como diz um provérbio: ‘se cair uma árvore faz muito ruído, se crescer uma selva não se escuta nada’, durante estes grandes rumores do progressismo equivocado e do anticonciliarismo absoluto, crescia muito silenciosamente, com tanto sofrimento e também com tantas perdas na construção de uma nova passagem cultural, o caminho da Igreja. De fato, se tais eventos trazem algo de novo, tudo isso marca profundamente a história do catolicismo contemporâneo. Seria insanidade intelectual não ver nesses eventos um esforço de abafar as vozes daqueles que nos tempos passados, não veem senão prevaricações e ruínas; vão repetindo que a nossa época, em comparação com as passadas, tem piorado; e comportam-se como quem nada aprendeu da História, que é também mestra da vida. Por outro lado, agora pensando metodologicamente esses eventos, não podemos nos desviar do fato de que eles fazem parte da história secular da Igreja católica e do cristianismo e devem ser inseridos na dinâmica antimodernidade-modernidade que marcou – e marca – as lutas em torno dos significados do ser cristão nos séculos passados. Assim, devemos abordá-los não como uns eventos isolados e descolados da história da Igreja, mas sim inseridos na complexidade que a marcou profundamente nesse ínterim, ou seja, uma Igreja que não consegue decidir se mostra sua face de mãe misericordiosa ou de sombria madrasta. Dessa forma, para uma maior compreensão destes eventos e das linhas hermenêuticas que se seguem após seus términos, precisamos inseri-los nessa mesma convergência, já que os grupos que se digladiam em seu interior e na sua posterior interpretação são herdeiros diretos do fluxo histórico (Cf. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/july/documents/hf_ben-xvi_spe_20070724_clero-cadore_po.html).
[8] G. Martina, História da Igreja: de Lutero a nossos dias, 55.

Nessun commento:

Posta un commento