Evangelicalismo é um movimento
cristão protestante que começou no século XVII e se tornou uma vertente organizada com o surgimento, por volta de 1730, dos
metodistas na
Inglaterra e dos
pietistas entre os
luteranos na
Alemanha e
Escandinávia. O movimento tornou-se ainda mais significativo nos
Estados Unidos durante o
Grande Despertamento do séculos XVIII e XIX, onde conseguiu muito mais membros do que na
Europa. O movimento continua a atrair adeptos em nível mundial no século XXI, especialmente no
mundo em desenvolvimento.
O evangelicalismo desenfatiza o ritual e enfatiza a piedade do
indivíduo, exigindo-lhe que cumpra certos compromissos ativos,
incluindo:
David Bebbington classificou estes quatro aspectos distintivos como
conversionismo,
biblicismo,
crucicentrismo e
ativismo, observando que "juntos, eles formam um quadrilátero de prioridades que é a base do evangelicalismo".
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História
O evangelicalismo tem raízes no
pietismo germânico e no
metodismo britânico, nascendo na região de fronteira agrícola no oeste dos
Estados Unidos, durante os
Grande Despertares. Teve como expoentes
Jonathan Edwards,
John Wesley,
Charles Finney,
Dwight L. Moody,
Harold Ockenga,
Billy Graham e, mais recentemente,
Rick Warren[carece de fontes].
Nos Estados Unidos várias escolas aderem a este movimento teológico, como o Fuller Theological Seminary, em Pasadena,
Califórnia, Talbot College (Califórnia), Wheaton College em
Chicago, e Gordon-Conwell Theological Seminary em
Boston[carece de fontes].
Características
Fundamentalismo
É relacionado ao
fundamentalismo cristão, rejeitando o
liberalismo teológico, a leitura da Bíblia baseada na
Alta crítica e o ecumenismo com organizações religiosas não sejam protestantes ortodoxas.
Entretanto, distingue-se das correntes mais radicais do
fundamentalismo ao aceitar leituras não literais da Bíblica, inclusive
as baseadas na
crítica textual[carece de fontes].
Neoevangelicalismo
O teólogo Harold Ockenga definiu o neoevangelicalismo e distinguiu-o do fundamentalismo em
1947[carece de fontes].
O neoevangelicalismo caracteriza-se pela abertura ao liberalismo
teológico e a leituras desmitificadoras da Bíblia. Com o crescimento do
neopentecostalismo — combinação de
pentecostalismo, originalmente em sua vertente
carismática,
e neoevangelicalismo — e sua radicalização, assim como do liberalismo
teológico, ambos vistos como ameaças por protestantes ortodoxos, tem
sido rejeitado principalmente pelos
calvinistas[carece de fontes].
Evangelicalismo na Igreja Católica Romana
O movimento evangelical na
Igreja Católica Romana nasceu na
Irlanda,
Quebec e
Inglaterra na primeira metade do século XIX devido ao intenso contato com o protestantismo nessas áreas. Teólogos como
João Newman e
Tomás Manning defendiam doutrinas evangelicais, que mais tarde foram aceitas, como a
Doutrina Social da Igreja e as reformas do
Concílio Vaticano II.
O movimento encontrou oposição dentro do catolicismo conservador. Nos
meados do século XIX alguns católicos evangélicos dos EUA foram
excomungados por "heresia americanista" que consistia em defender a
separação entre igreja e estado, missa no vernáculo e administração das
finanças pelas paróquias locais (trusteísmo). O
Papa Pio IX condenou essas ideias no
Sílabo de Erros em
1864. O
Concílio Vaticano I diminiuiu as esperanças da ala evangélica do catolicismo.
Depois do Concílio Vaticano II o movimento voltou a crescer, principalmente nos Estados Unidos. De uma decisão toamda em
1978,
a Conferência dos Bispos Americanos publicou o documento "This Holy and
Living Sacrifice—Directory for the Celebration and Reception of
Communion under Both Kinds" em 1985 ("Esse Santo e Vivo Sacrifício —
Direções para a celebração e recepção da comunhão em ambas espécies"),
autorizando o uso de vinho e pão nas missas. Também criaram um
missal para as celebrações não-eucarísticas, que podem ser presididas por leigos ou por sacerdotes ordenados.
É baseada nos principios de que:
- Todos pecaram;
- Só Jesus Cristo salva;
- É necessário que cada indivíduo se arrependa e creia em Jesus Cristo para a vida eterna;
- Redescoberta e valorização da Bíblia Sagrada;
- Compromisso da evangelização: proclamar a salvação em Cristo e a justiça social à humanidade.
Muitas paróquias (principalmente no Meio-Oeste Americano e Sul)
seguem este movimento teológico e possui apoios de bispos como Anthony
Pilla da Diocese de Cleveland, OH e Nicholas di Marzio da Diocese do
Brooklyn. Uma típica paróquia evangélica americana apresenta muitas
semelhanças com uma igreja protestante tradicional: o padre (sem
paramentos ou roupas distintas) dirige cultos não-eucarísticos baseados
na leitura Bíblia, não existem novenas para santos, referem-se aos
padres como "pastor", usam hinários protestantes, etc.
O movimento evangelicalista na Igreja Católica é anterior e distinto da
Renovação Carismática Católica, embora recentemente muitos católicos evangélicos aderiram também ao movimento carismático.
Evangelicalismo na Igreja Católica Ortodoxa
O movimento evangelicalista na
Igreja Ortodoxa é relativamente desconhecido fora da Romênia. Iniciou na segunda metade do
século XIX quando reacendeu o fervor religioso dos romenos pelo
tomos de autonomia que elevara a
Igreja Ortodoxa Romena ao status de
Patriarcado. Também houve a publicação da Bíblia em língua vernácula na romênia. Em
1926 o padre Iosif Trifa organizou o
Oastea Domnului — o Exército do Senhor — como uma sociedade evangelical interna da Igreja Ortodoxa Romena.
Referências
Ver também
Referências
Bibliografia
- Bebbington, D W Evangelicals in Modern Britain: A History from the 1730s to the 1980s (London: Unwin, 1989)
- Carpenter, Joel A., "Fundamentalist Institutions and the Rise of Evangelical Protestantism, 1929-1942," Church History 49 (1980) pp. 62-75.
- Freston, Paul. Evangelicals and Politics in Asia, Africa and Latin America. [S.l.]: Cambridge University Press, 2004. ISBN 052160429X
- Marsden, George M., Reforming Fundamentalism: Fuller Seminary and the New Evangelicalism, William B. Eerdmans, Grand Rapids, 1987.
- Pierard, Richard V., "The Quest For the Historical Evangelicalism: A Bibliographical Excursus," Fides et Historia 11 (2) (1979) pp. 60-72.
- Price, Robert M., "Neo-Evangelicals and Scripture: A Forgotten Period of Ferment," Christian Scholars Review 15 (4) (1986) pp. 315-330.
- Mendonça, A.G. e Velasques F.(2002),P: Introdução ao Protestantismo no Brasil. São Paulo: Edições Loyola.
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