mercoledì 4 giugno 2014

Pioneiros da Reforma Protestante (III): Ulrich Zwingli (Zuínglio)



Introdução

Zuínglio pertence a um período da história em que as insatisfações estão latentes no cotidiano das pessoas, seja pelas condições de vida, pelo modo de conceber a vida; pelos abusos dos reis e de seus príncipes; seja por parte da religião que por natureza e por etimologia da palavra “religa o homem a Deus” é ponte para o encontro consigo e com a Divindade.

Nasce em uma tradicional família católica, tendo uma educação de muita qualidade, com alguns dos melhores professores da época. Por sua inteligência e capacidade é eleito sacerdote para cuidar do rebanho de Glarus, com possibilidade de ir para Zurique, tendo a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos nas línguas grega e latim.

Unindo suas insatisfações com a política de seu tempo, com a questão dos mercenários e com a conduta da religião, inicia uma serie de questionamentos e insatisfações pessoas que levam-no a atacar a Igreja, provocando uma série de rompimentos.

Veremos em nosso trabalho um pouco de sua vida e formação intelectual; o período que se torna sacerdote; veremos seu patriotismo; seus aprofundamentos nos estudos e os primeiros ataques à Igreja; o seu rompimento com a Igreja; as disputas teológicas e por fim as batalhas entre os cantões católicos e protestantes e a sua morte em uma dessas batalhas.


VIDA DE ULRICH ZWINGLI (1484 – 1531)

Na pequena cidade de Wildhaus, em 1484 nascia um personagem que seria bastante influente na Suíça de seus dias. Seus pais o batizou com o nome de Ulrich Zwingli, que futuramente mudaria para Huldrych Zwingli. Seu nome em português, no entanto, estaria mais próximo do nome de batismo: Ulrico Zuínglio.

 Zuínglio foi educado na religião católica pelos pais tementes a Deus. Logo cedo se destacou por sua inteligência e amor à verdade. Aos oito anos ele teria dito que estava considerando se a mentira não deveria merecer uma punição maior que o roubo, já que a verdade seria “a mãe de todas as virtudes”. Por isto o pai achou uma injustiça confiná-lo à vida pastoril, como fizera com seus irmãos Heini e Claus. Decidiu assim deixá-lo aos cuidados de seu irmão Bartholomew em Wesen, que influenciou bastante o humanismo de Zuínglio.

Zuínglio permanece por dois anos com seu tio, quando este o enviara para Basiléia, para a escola St. Theodore, aos cuidados de George Binzli. Alí Zuínglio aprenderia latim, grego e música. Depois de três anos, Zuínglio é enviado a Berna, onde Heinrich Wölflin, ou Lupulus, conhecido como o melhor estudioso clássico e poeta latino da Suíça, tinha uma escola, na qual ensinava seus alunos sobre as obras de autores gregos e romanos clássicos.

De 1500 a 1502, ele estudaria na Universidade de Viena, que se tornara um centro de estudo dos clássicos através dos trabalhos de distintos humanistas, como Corvinus, Celtes, e Cuspinian. Estudou filosofia escolástica, astronomia e física, bem como os clássicos antigos. Potencializou sua vocação para a música, tocando vários instrumentos.

Em 1502 ele retornaria para Basileia, onde ensinaria latim na escola de São Martim. E dando prosseguimento em seus estudos, adquirindo grau de mestre em artes no ano 1506. Nesse período conhece Leo Judae, que se tornaria grande amigo durante os anos da Reforma em Zurique. Ele seria seu parceiro no futuro, na tarefa de traduzir a Bíblia dos idiomas originais para o dialeto alemão da Suíça. Decisivo para Zuínglio, no entanto, foi conhecer Thomas Wyttenbach, professor de teologia. Desde 1505. É ele quem teria aberto seus olhos para vários abusos da Igreja, principalmente as indulgências.


Eleito sacerdote

A igreja de Glarus estava sem um sacerdote. Henry Goeldli, de Zurique, teria sido indicado para a vaga, já que contava com o favor papal. Os cidadãos de Glarus, no entanto, perceberam as intenções puramente financeiras de Goeldli, mandando-o de volta a Zurique. Os cidadãos de Glarus elegeram o jovem Zuínglio para a vaga.  Ele fora então ordenado em Constança no mesmo ano, pregando seu primeiro sermão em Rapperschwyl, às margens do lago de Zurique, e logo depois celebrou sua primeira missa em Wildhaus, iniciando suas atividades sacerdotais em Glarus, permanecendo ai por 10 anos.

Em Glarus, entra em contato, pela primeira vez, com as obras de Erasmo de Roterdã, através de seu amigo Loreti de Glarus. Zuínglio nutriria profundo respeito pelo humanista, a quem visitou em 1515 em Basileia. A influência do estudioso em Zuínglio se fazia notar em sua alta estima pelos clássicos pagãos, sua oposição aos abusos eclesiásticos, a devoção ao estudo das Escrituras, e pode ter influenciado sua posição moderada sobre o pecado e culpa hereditária e sua primeira sugestão da interpretação figurada das palavras da Instituição da Ceia do Senhor. Ele acreditava firmemente na predestinação e conheceria aquele que seria seu biógrafo, Oswald Myconius.

Durante estes 10 anos em Glarus, Zuínglio se dedicou a aperfeiçoar seus conhecimentos nos idiomas bíblicos, especialmente o grego, para que pudesse ler a Bíblia em seus idiomas originais, estudando sozinho o grego. Certamente sua conversão não foi repentina, mas um processo intelectual gradual, que se completaria somente em Zurique. Em Glarus ele era um patriota e humanista, não um teólogo ou um professor religioso. Somente ao adotar a Bíblia como guia única para a vida é que ele rompeu com as tradições de Roma, as quais nunca o influenciaram muito.


Zuínglio patriota

 Era um costume suíço enviar padres aos campos de batalha como capelães, e por isto Zuínglio presenciou várias batalhas durante este tempo. É daí que Zuínglio inicia suas preocupações patrióticas, mas depois da batalha de Marignano (1515), onde um grande número de soldados suíços morreu por uma causa indigna que não lhes pertencia, quando outros simplesmente se venderam para Francisco I por um preço mais alto. Zuínglio começou a atacar a prática do serviço mercenário. Estes ataques não foram bem recebidos por alguns de seus paroquianos na cidade de Glarus, e ele se sentiu compelido a deixar aquela paróquia. E assim, Zuínglio foi obrigado a deixar Glarus em 1516, por conta de intrigas com o partido político francês, que chegou ao poder depois da batalha de Marignano.

Zuínglio aceita então um chamado a Einsiedeln, uma vila com um convento beneditino no Cantão católico de Schwyz. No entanto, manteria seu cargo de sacerdote em Glarus até seu chamado a Zurique, mantendo ali um vicário.


Aprofundamento nos estudos e primeiros ataques a Igreja

É em Einsiedeln que Zuínglio faz grande progresso no estudo das Escrituras e dos Padres da igreja. Várias anotações suas foram feitas nas laterais das obras destes Padres, sendo que os seus preferidos eram Orígenes, Ambrósio, Jerônimo e Crisóstomo. Embora citasse muito Agostinho, ele não chegou a gostar dele tanto quanto Lutero. Ele faz uma cópia manual de todas as epístolas de Paulo e a carta aos Hebreus, a partir da primeira edição de Erasmo, de março 1516.

Ao mesmo tempo ele iniciaria em Einsiedeln os ataques a alguns abusos por parte da Igreja, especialmente a venda de indulgências. Ele diria que teria iniciado a pregar o Evangelho antes que o nome de Lutero fosse conhecido na Suíça, mas com a diferença de depender demais dos Padres da Igreja. Por causa da força destes testemunhos é que alguns historiadores costumam apontar o ano de 1516 como sendo o início da Reforma suíça.


Rompimento com a Igreja

 Zuínglio é acusado de concubinato e de seduzir a filha de um cidadão influente em Einsiedeln, ás vésperas de sua eleição para o cargo em Zurique, ele escreve uma carta, defendendo-se das acusações exageradas, mas admitindo incastidade. Por um lado ele protesta por não ter desonrado nenhuma virgem, mulher casada ou freira, mas por outro lado ele admite um relacionamento com a filha de um barbeiro que já havia sido desonrada. Nesta carta ele já demonstrava seu arrependimento por tais condutas.

Em 1522 ele, juntamente com 10 padres, faria um pedido ao bispo de Constança e à Dieta suíça na Alemanha, para permitir a livre proclamação do evangelho e o casamento de sacerdotes. Ele reforçaria o pedido citando os exemplos de escândalos envolvendo o clero, incluindo seu próprio caso no passado. Este documento demonstra um grande avanço no sentimento moral em comparação com as desculpas dadas na carta já mencionada acima. Ele citaria as Escrituras em vista do direito ao casamento, implorando aos confederados que permitissem aquilo que o próprio Deus sancionou. As petições, no entanto, não foram concedidas.

Vários padres desobedeceram abertamente. Um se casou com uma freira do convento de Oetenbach (1523). Zuínglio se casaria em 1522, mas por precaução ele não tornou o casamento público até 5 de abril de 1524.


Disputas teológicas

Zuínglio propunha algumas disputas e a primeira delas ocorreu em 29 de janeiro de 1523, perante 600 pessoas, incluindo todo o clero e membros do conselho maior e menor de Zurique. O bispo de Constança enviou seu vicário geral, Dr. Faber, até aqui amigo de Zuínglio e um homem de grande respeito, hábil estudioso e hábil debatedor, com outros três conselheiros e juízes. Faber se recusou a entrar em discussões teológicas detalhadas, que ele achava ser apropriadas para Concílios ou Universidades. Zuínglio responderia suas objeções, convencendo a audiência. Por isto, no mesmo dia, os magistrados decidiriam em favor de Zuínglio, permitindo que ele proclamasse a verdade, proibindo também que qualquer sacerdote pregasse algo que ele não conseguisse demonstrar pelas Escrituras.

As consequências desta primeira disputa logo vieram. Ministros começaram a se casar, o batismo era feito no idioma vernacular e sem exorcismo, as imagens foram retiradas, rejeitadas. Com tais esclarecimentos, a opinião pública foi preparada para as reformas que se seguiriam. A destruição seria radical, mas ordenada, contanto com a ajuda dos ministros e magistrados civis. A reforma começaria em Pentecostes e se completaria em 20 de junho de 1524. Pinturas foram queimadas, ossos dos santos foram enterrados, paredes foram repintadas, órgãos foram retirados das igrejas. Zurique agora era uma cidade Protestante.

As disputas marcam um avanço além das costumeiras disputas acadêmicas no idioma latim. Elas foram mantidas diante de leigos assim como clérigos e no idioma vernacular. Elas trouxeram questões religiosas perante o tribunal do povo de acordo com o gênio das instituições republicanas. Elas tiveram, então, efeito mais prático do que a disputa em Leipzig. A Reforma alemã foi decidida pela vontade dos príncipes, a Reforma suíça pela vontade do povo: mas em ambos os casos havia uma simpatia entre os governantes e a maioria da população.

Batalha entre cantões católicos e protestantes e a morte de Zuínglio

Em meados de 1530, quando vários fatores políticos dão origem a uma batalha entre os Cantões protestantes e católicos. Entre eles, está a questão dos soldados mercenários e da proibição de pregar o Evangelho em Cantões católicos. Zuínglio não teria usado nenhuma arma na batalha, mas estava ali consolando os soldados e os motivando. Quando ajoelhava para consolar um soldado que estava morrendo, levou uma pedrada na cabeça, que o levou ao chão. Levantando-se, recebeu vários outros golpes. Levantando mais uma vez a cabeça viu o sangue sair de suas feridas. Ainda vivia quando o capitão Vokinger de Unterwalden, um dos soldados mercenários que tantas vezes Zuínglio havia condenado, o reconheceu e com um golpe de espada o mataria, exclamando “Morra, herege obstinado”.


Obras de Zuínglio

1. Obras Reformatórias e Polêmicas: (a) contra o papado e os papistas (Sobre Jejuns; Sobre Imagens; Sobre a Missa, etc.); (b) sobre a controvérsia com os anabatistas; (c) sobre a Ceia do Senhor, contra a doutrina de Lutero da presença real e corpórea.

2. Reformatórias e Doutrinais: A Exposição de suas 67 Conclusões (1524); Um Comentário sobre a Falsa e a Verdadeira Religião, endereçada ao rei Francis I. da França (1525); Um tratado sobre a Divina Providência (1530); Uma Confissão de Fé endereçada ao Imperador Carlos V. e a Dieta de Augsburgo (1530); e sua última confissão, escrita pouco antes de sua morte (1531) e publicada por Bullinger.

3. Práticas e Litúrgicas: O Pastor; Formas de Batismo e Celebração da Ceia do Senhor; Sermões, etc.

4. Exegéticas: Extratos de palestras sobre Gênesis, Êxodo, Salmos, Isaías, Jeremias, os quatro Evangelhos e a maioria das Epístolas, editado por Leo Judae, Megander e outros.

5. Patrióticas e Políticas: Contra pensões e serviços militares estrangeiros; discursos para os Confederados e o Conselho de Zurique; Sobre a Educação Cristã; Sobre a Paz e a Guerra, etc.

6. Poéticas: O Labirinto e A Fábula (suas primeiras produções); três poemas alemães escritos durante a peste; um escrito em 1529 e um Salmo versificado.

7. Epístolas. Elas mostram a extensão de sua influência e inclui cartas a Zwingli de Erasmo, Pucci, Papa Adriano VI., Faber, Vadianus, Glareanus, Myconius, Oecolampadius, Haller, Megander, Beatus Rhenanus, Urbanus Rhegius, Bucer, Hedio, Capito, Blaurer, Farel, Comander, Bullinger, Fagius, Pirkheimer, Zasius, Frobenius, Ulrich von Hutten, Filipe de Hesse, Duque Ulrich de Württemberg, e outras pessoas distintas.

               
Conclusão

Nossa pesquisa bibliográfica teve o intuito de clarificar e desmestificar naquilo que nos foi confiado a saber a vida, obras e teses do reformador Zuínglio que na Suíça de seu tempo. Seus comentadores buscam apresentar um personagem que deseja e luta para que seja revistos os valores pregados pela Igreja Católica.

É nos apresentado um homem inteligente, um patriota que defende seu país e seu povo, um homem de convicção que quer trazer uma nova visão, uma nova leitura bíblica.

Nas disputas teológicas foi vitorioso principalmente por ter apelado para as questões em que o povo estava insatisfeito e vendo com maus olhos, como as indulgencias e o celibato dos padres. Foi mais vitorioso ainda porque o povo não possuía a bíblia não tinham contato com ela, e por ter lido e se aprofundado dos textos bíblicos na língua original conduziu o povo com as palavras da bíblia interpretadas por ele.

Foi uma reforma conduzida pelo povo? Sim, mais com um povo conduzido por uma interpretação pessoal não levando em consideração a tradição oral, o magistério que ao longo de séculos vem conservando e interpretando num conjunto harmonioso.


REFERÊNCIA:






1.    SCHAFF, Phillip, History of Christian Church, Volume 8: Modern Christianity. The Swiss Reformation. O texto pode ser acessado no linkhttp://www.ccel.org/ccel/schaff/hcc8.iv.ii.ii.html



2.    Gonzalez, Justo L. Uma História do Pensamento Cristão. 3: Da Reforma Protestante ao século 20. Cultura Cristã. São Paulo. SP. 2004.



3.    ROPS, Daniel. A Igreja da Renascença e da Reforma (I). Quadrante. São Paulo. SP. 1996.

Atividade elaborada sob solicitação do Prof. Dr. Pe. Claudio Dionizio Rocha Santos, para a disciplina Teologia Protestante e Oriental, sendo esta parte de uma das avaliações do curso.
Aracaju – SE, maio/2014

Lucas Pires Pereira


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