martedì 18 febbraio 2014

Momentos do diálogo ecumênico no Brasil

1º. Encontro de Bispos Católico-Romanos e Pastores Sinodais da IECLB - 6-8/05/2002

1 – Algumas considerações preliminares
1.1 - Antes de mais nada, expresso minha alegria e gratidão a Deus que possibilita este primeiro encontro entre os pastores sinodais da IECLB e representantes da CNBB. Os dois grêmios são diretamente responsáveis pela definição e promoção da missão que Deus quer realizar em sua igreja e através dela.
1.2 - Em nosso contexto globalizado, os desafios missionários estão se tornando maiores do que uma igreja sozinha possa abraçar:
- pois, dos 6 bilhões da população nada menos do que 4 bilhões vegetam abaixo da linha de pobreza, segundo informação do próprio FMI;
- a Rede Globo difunde, em horário nobre via novela, ensinamentos islâmicos e espíritas;
- segundo recente pesquisa da Veja, 98 % da população brasileira afirma crer em Deus;
- contudo, apesar do crescimento populacionais igrejas históricas, via de regra, registram uma estagnação se não regressão do número de seus membros, enquanto movimentos, de caráter neopentecostal e carismático, crescem impressionantemente;
- as perguntas pela ética no campo da bio-tecnologia, da política econômica e da convivência transcultural ou intercultural estão assumindo dimensões globais. Não podem ser respondidas individualmente, nem por uma só igreja, nem por um só povo.
1.3 - Por isso, além do mandato que o próprio Cristo nos deixou em Jo 17.21, a realidade atual clama pela união de forças e recursos os mais diferentes.
Acerca da complexidade do momento atual do diálogo ecumênico reflete Gottfried Brakemeier em seu artigo Ecumenismo – repensando significado e abrangência de um termo, publicado na revista “Perspectiva Teológica, ano XXXIII, nº 90, 2001, p 195-216. Devo a ele algumas importantes ins-pirações.
Dada a amplitude do assunto, ouso apenas tecer alguns aspectos que julgo marcantes, desde a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, celebrada a 31/10/1999 em Augsburgo. Faço esta tentativa, obviamente, a partir de minha percepção na IECLB, filiada ao CONIC, ao Clai, à FLM e ao CMI.


2 – Caminhada ecumênica entre avanços e retrocessos 


2.1 - A eufórica alegria que caracterizou o evento da assinatura conjunta teve ecos também no Brasil. Houve celebrações ecumênicas em diversas comunidades da IECLB, como, p. ex., Porto Alegre e São Paulo. Em Brasília houve mesmo uma celebração de assinatura conjunta da versão brasileira.
2.2 - Essa alegria foi turvada e esfriada por notícias e publicações do Vaticano como, por exemplo, “Dominus Iesus”, a beatificação do Papa Pio IX, a reinterpretação do documento sobre indulgências e a reinsistência no celibato ministerial.
2.3 - Simultaneamente acontece que todas as igrejas históricas estão enfatizando o planejamento missionário, o que pode contribuir para uma maior estagnação de seu envolvimento ecumêncio.
2.4 - Também me pergunto, como alguém que olha o Vaticano a muita distância, se atrás do fato de o Papa João Paulo II, apesar de sua fraqueza física, se manter no cargo não esteja o interesse de um grupo muito forte que persegue seus interesses político-eclesiásticos.
2.5 - Com muita gratidão registro um belo exemplo do espírito ecumênico vivenciado pela comissão bilateral de diálogo, reunida nos dias 7-8/09/1999, no seminário de estudos sobre “Ministério e Ministérios Eclesiais”. Diante da recente publicação de ‘Dominus Iesus’ ela manifestou sua estranheza com esta declaração e, apesar disso, reafirmou seu propósito de continuar comprometida com a causa ecumênica. A Presidência da IECLB e a conferência dos pastores sinodais ratificaram o posicionamento. A mesma postura confirmadora do empenho ecumênico demonstrou a Conferência de Bispos e Presidentes das igrejas luteranas da América Latina, da América Central e do Caribe, filiadas à FLM.


3 – Em busca por redefinições

3.1 - Estamos em busca por uma redefinição do que vem a ser ecumenismo. Ela vai refletir e evidenciar os objetivos do mesmo. São antigas as polarizações entre ecumenismo de cúpula e ecumenismo de base, ecumenismo doutrinário e ecumenismo voltado à práxis. Entrementes deve ter ficado claro que se trata de ênfases distintas mas necessariamente complementares. Caso contrário o ecumenismo se desvirtua em pragmatismo ou em relativismo e perde toda identidade.
3.2 - No rastro da globalização da pluralidade pós-moderna, associou-se ao desejo pela unidade da Igreja, que caracterizava os primeiros tempos do CMI e inclusive o Vaticano II, também o desejo pela unidade da humanidade. Fala-se em ecumenismo das culturas, ecumenismo cultural e político, ecumenismo social e em ecumenismo planetário. Ao diálogo ecumênico se associa o diálogo interreligioso e intercultural em sua distição e interrelação. Surge a pergunta se a palavra ecumenismo ainda se presta em vista da amplitude dos desafios ou se não seria melhor falar em “Comunhão de Igrejas” a exemplo da FLM e mesmo em “macro-ecumenismo”.
3.3 - Com essas ampliações de conceituação sua tradicional fundamentação cristológica reclama um embasamento trinitário. O trino Deus é Senhor do mundo (Sl 24.1; Jo 1) e da Igreja. A comunhão tem nele sua origem e vocação. Na ‘koinonia’ há parentes mais próximos e outros mais distantes. Jesus manda amar a todos, inclusive os inimigos (Mt 5.44).
3.4 - Não podemos jogar um tipo de ecumenismo contro um outro, ou seja, o doutrinal contra o pragmático, ou do clero contra o da base. Importa resgatar o significado trinitário de Igreja e de criação, de passado, presente e futuro da humanidade. Na ecumene interreligiosa deve valer a mesma distinção e relação entre parceiros mais próximos e outros mais distantes. O imperativo consiste na busca de entendimentos, da amizade, da cooperação em meio às diferenças, salvo em casos de organização criminosa a exemplo de 11/09/2001.
3.5 - Devemos cuidar para não confundir ‘missão’, caracterizada pelo convite à fé em determinada igreja, com ‘ecumenismo’ que consiste na busca por paz e comunhão mediante reconciliação e compatibilização de diferenças. Ambas precisam cultivar a postura dialogal por causa da consciên-cia da fragmentariedade do conhecimento humano (1 Co 13. 8-10).
3.6 - Será uma questão de sobrevivência da humanidade e do planeta achar formas de comunhão com os de perto e de longe. Elas implicam perdão dos pecados, conversão à verdade e aprendizagem de misericórdia. Já que a comunhão plena permanece esperança escatológica empenhamo-nos hoje pela colocação de sinais concretos da nova comunhão. É nesse sentido que pretendo listar alguns aspectos da atualidade.


4 – Alguns sinais da comunhão ecumênica da atualidade

4.1 - Inicialmente, trago alguns fatos práticos:
a) Relembro as celebrações católico-luteranas após a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação;
b) - há 23 anos, o bairro Vale do Selke, na cidade Pomerode-SC, caminha ecumenicamente, reunindo evangélicos luteranos e católicos num mesmo templo... e compartilhando a mesma infra-estrutura, bem como várias atividades. (ver anexo, Jornal O Caminho);
c) no ano passado, realizei o ato de ordenação de uma diácona da IECLB na igreja católica, em Paracatu, Minas Gerais, com ampla participação de ambas as denominações;
d) em 30 de dezembro de 2000, realizei a ordenação de um pastor proveniente de um seminário católico que, após o estudo de atualização e o período prático de habilitação ao ministério, agora é pastor de uma páróquia da IECLB.
São exemplos concretos de nosso ecumenismo católico-luterano. Poderíamos acrescentar experiências de cooperação semelhante com outras denominações. Neste aspecto, por exemplo, é muito importante a cooperação com a Igreja Metodista na área da educação teológica no Instituto Ecumênico de Pós-Gradução em São Leopoldo e São Paulo.
4.2 - Estas experiências são frutos de uma semeadura, de uma já longa caminhada de cooperação em causas comuns que fomos ensaiando. Desde os anos 50, houve diálogos bilaterais entre teólogos na Grande Porto Alegre. Há mais de 30 anos, as comunidades luteranas, católicas, metodistas e episcopais de P. Alegre promoveram a criação e a manutenção do SICA-Serviço Interconfessional de Aconselhamento. Em Porto Alegre também aconteceram os encontros mais significativos que levaram à criação do CONIC-Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. Em muitas comunidades se realizam anualmente as semanas de oração pela unidade dos cristãos onde participam católicos, luteranos das duas igrejas, Assembléia de Deus e outras denominações. Nos anos do regime militar, as igrejas, pressionadas por desafios da coletividade, deixaram em segundo plano suas diferenças teológicas e somaram forças no empenho por justiça e paz, na Comissão de Pastoral da Terra, nas Comunidades Eclesiais de Base, em favor da reforma agrária. Criamos um serviço de assistência aos pequenos agricultores (CAPAs), que trabalha em base ecumênica, também em projetos de saúde, nutrição e medicina alternativa.
4.3 - As tarefas práticas, portanto, tiveram bastante peso e contribuíram para a aproximação. Mas simultaneamente prosseguem os diálogos teológicos entre a IECLB e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Esses encontros tiveram novo impulso através do debate em torno da Doutrina da Justificação pela Fé e após a assinatura conjunta deste documento. Além dos encontros regulares da comissão bilateral, ela organizou nos anos recentes três seminários de estudo: o primeiro, sobre a doutrina da justificação pela fé (1996); o segundo, sobre a hospitalidade eucarística (1998); o terceiro, sobre os ministérios (2000). Estão em andamento diálogos bilaterais também com a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Com ela a FLM está realizando, nestes dias, um seminário sobre a questão do ministério e a sucessão apostólica. Além de diálogos, programa de publicações e seminários de estudo, temos um convênio de cooperação com a Igreja Evangélica Luterana do Brasil que se concretiza, por exemplo, na publicação de 70 mil devocionários diários Castelo Forte, obras de Lutero e confecção de programas televisionados para o Dia da Reforma. Estamos dialogando com ela sobre a possibilidade de comunhão de altar e de púlpito.
4.4 - Paralelamente aos diálogos teológicos oficiais, foram surgindo iniciativas ecumênicas em outras áreas. Cresceram as co-edições entre editoras e a cooperação na área da comunicação como na União Cristã Brasileira de Comunicação. Participamos de entidades diaconais como a CESE-Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Salvador, BA) e a Diaconia (Recife, PE) que trabalham ecumenicamente em projetos de desenvolvimento visando amenizar o sofrimento dos segmentos mais carentes do povo. Cooperamos também no CESEP-Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, no CEBI/CECA-Centro Ecumênico de Evangelização, Capacitação e Assessoria; CEBEP-Centro Ecumênico Brasileiro de Estudos Pastorais, na CELADEC-Comissão Evangélica Latino-Americana de Educação Cristã. Sem querer ser completo não posso esquecer as boas contribuições à fraternidade ecumênica trazidas pelo Movimento dos Focolares, com o qual temos boas relações pessoais. Além de integrar o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, a IECLB participa da Sociedade Bíblica do Brasil. A divulgação da Bíblia constitui uma base comum muito forte e essencial para a missão cristã no mundo de hoje. Fortaleceu-se também a presença evangélica na ADCE-Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas, e quero destacar a importância de as igrejas, apesar da opção preferencial pelos pobres, acompanharem com orientação ético-pastoral os líderes da economia.
4.5 - Estamos conscientes de que grandes contingentes ficam à margem do envolvimento ecumênico ou mesmo o julgam como traidor do evangelho. Várias igrejas neo-pentecostais, de linha evangelical, carismática, são avessas ao ecumenismo com as denominações protestantes históricas e principalmente com o catolicismo.
4.6 - De modo geral, considero importante essa proliferação ecumênica. Como cristãos e cidadãos, todos afetados pela globalização econômica, devemos nos dar conta de que estamos no mesmo barco. Precisamos crescer em direção a propósitos comuns, maior solidariedade, maior comunhão e unidade. Os grandes organismos ecumênicos em Genebra estão caminhando nesta direção. A Federação Luterana Mundial, desde há décadas, busca tornar-se cada vez mais uma comunhão de igrejas solidárias. E nisso estende a mão à Associação Mundial de Igrejas Reformadas (WARC) e ao Conselho Mundial de Igrejas, com o qual desenvolve iniciativas comuns, por exemplo o programa ACT-Action of Churches Together, para serviços de auxílio em calamidades internacionais. Neste serviço diaconal, por sua vez, há cooperação com a ONU e com organizações não-governamentais. No planejamento das grandes assembléias, também há estudos para uma melhor coordenação de eventos e temas. A tendência, portanto, vai no sentido de uma maior sincronização.
4.7 - Acho que isso seria importante também para nós, na América Latina. Muitas vezes, temos oportunidade de nos encontrar nos Estados Unidos ou na Europa. Precisamos fortalecer as relações sul-sul. Isso pode acontecer através do incremento de parcerias, pelo intercâmbio de estudantes, professores e obreiros, como já o estamos praticando principalmente nos países do MERCOSUL. Como luteranos, anualmente realizamos a COP-Conferência de Bispos e Presidentes da América Latina e Central. Seria desejável que sempre tivéssemos um participante do CLAI, ou um hóspede católico.
4.8 - Aumentam os desafios que precisam ser enfrentados em esforço conjunto, ou seja, por todos os segmentos da sociedade mundial. Penso, por exemplo, nas novidades sobre o mapeamento do genoma humano, nas clonagens, nas possibilidades de manipulação genética de plantas, animais e pessoas humanas. Na área da biogenética há novidades que já não são amparadas por estudos teológicos nem por legislação adequada. As descobertas científicas surgem aos saltos, mas a legislação carece de debates e está vinculada a processos de aprendizagem, de ritmo biológico. Como cristãos, devemos participar mais significativamente da política e como igrejas nos cabe a tarefa de acompanhar e orientar o trabalho de nossos cientistas e governantes, responsáveis pelo bem-estar da coletividade, da vida digna tanto da humanidade quanto do planeta. Devemos valorizar e comprometer todas as religiões, entidades governamentais e não governamentais bem como toda a sociedade civil, por causa do mandato que o trino Deus nos legou como seus mordomos e cooperadores.

 
5 – Concluindo

reafirmo a necessidade de continuarmos e intensificarmos o nosso empenho ecumênico aqui no Brasil e no nível sul-sul. Penso que devemos a Deus, às igrejas e demais religiões, às culturas e a toda a criação esta nossa contribuição.
Pastor Presidente da IECLB - Huberto Kirchheim

___________________________________________________________


Comissão Internacional Anglicana/Católico Romana

(ARCIC III) 


A Comissão Internacional Anglicana/Católico Romana (ARCIC), orgão official de diálogo teológico criado pelas duas comunhões, reaulizou a terceira reunião de sua nova fase (chamada ARCIC III) no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, de 29 de abril a 7 de maio de 2013. Foi a primeira vez em sua história de quarenta anos que a ARCIC se reuniu na América Latina e, mais precisamente, no hemisfério sul.
Os membros da Comissão são gratos a Dom Filipe da Silva OSB, abade do Mosteiro, e  sua comunidade pela generosa hospitalidade. A Comissão participou todos os dias da oração vespertina e, no domingo, da missa celebrada na igreja do Mosteiro. A comunidade do Mosteiro, por sua vez, intercedeu diariamente pelos trabalhos da Comissão.
Vários textos foram preparados para a reunião. A discussão desses textos ajudou a Comissão a prosseguir rumo ao objetivo de produzir uma declaração conjunta. Nesta terceira fase, a Comissão tem o mandato de explorar a igreja como comunhão, local e universal e como – em comunhão – a igreja local e universal chega ao discernimento do ensino justo em questões éticas. Em cumprimento a esse mandato, os membros da comissão se dedicaram à análise teológica e à reflexão compartilhada sobre a natureza da igreja e sobre as estruturas que contribuem para o discernimento e a tomada de decisão. A Comissão dedicou parte do seu tempo a estudos de caso de questões éticas, preparados pelos membros da Comissão, e à análise dos modos pelos quais as duas igrejas ensinam atualmente essas questões.
Ao longo de quarenta anos de trabalho, a ARCIC produziu várias declarações conjuntas. O trabalho da ARCIC I rrecebeu respostas oficiais das duas comunhões. A Comissão deu continuidade ao trabalho de preparar os documentos da ARCIC II para apresentá-los às respectivas comunhões a fim de que eles sejam devidamente recebidos. Foram revisadas as respostas dadas até agora às cinco declarações conjuntas produzidas pela ARCIC II. Introduções a essas cinco declarações serão preparadas com o objetivo de situá-las no contexto ecumênico atual.
A Comissão recebeu em jantar líderes locais das igrejas Episcopal Anglicana e Católica Romana, entre eles o bispo anglicano Filadelfo Oliveira e o bispo católico romano Francisco Biasin, bem como membros do diálogo anglicano/católico romano no Brasil. A ARCIC procura aprofundar sua relação com as comissões anglicano/católico romanas de diálogo no nível local e regional. As duas comunhões estão buscando maneiras concretas de compartilhar documentos e discussões sobre o trabalho da ARCIC.
Os membros da Comissão visitaram a Cidade de Deus, uma das favelas do Rio de Janeiro. Eles foram recebidos calorosamente pela paróquia católica romana local e pelo padre Marcio José de Assis Macedo MSC. O reverendo Nicholas Wheeler, pároco da paróquia anglicana da Cidade de Deus, organizou a visita dos membros da Comissão a três projetos da comunidade – um projeto para pessoas idosas, um centro de desenvolvimento comunitário, e o projeto de um mural que narra a história da comunidade através da imagem bíblica da cidade de Deus no livro do Apocalipse. A polícia local explicou como ela procura trabalhar positivamente com a comunidade No final do dia foram celebradas vésperas ecumênicas na Paróquia Anglicana. Ao exprimir sua gratidão, um dos bispos disse que a única expressão que encontrou para resumir a visita foi ‘Cidade da Esperança’. A esperança nasce do trabalho ecumênico concreto (que, sem se envergonhar de sua base cristã, apóia o bem da comunidade em geral) e da dedicada organização e atividade do povo da Cidade de Deus.
A Comissão vai preparar outros textos, ampliar os estudos de caso e continuar seu trabalho com vistas à próxima reunião, prevista para os dias 12 a 20 de maio de 2014.

MEMBROS DA ARCIC III PRESENTES NA REUNIÃO
Moderadores
Reverendo Bernard Longley, arcebispo de Birmingham, Inglaterra
Reverendo Christopher Hill, bispo de Guildford, Igreja Anglicana, moderador adhoc
Católicos Romanos
Reverendo Robert Christian OP, Universidade Angelicum, Roma
Reverendo Adelbert Denaux, professor emérito, Universidade de Lovaina, Escola Tilburg de Teologia Católica, Utrecht, Holanda
Reverendo Arthur Kennedy, bispo auxiliar, Arquidiocese de Boston, Massachusetts, EUA
Professor Paul D. Murray, Universidade de Durham, Inglaterra
Reverenda Irmã Teresa Okure SHCJ, Instituto Católico da Africa Ocidental, Port Harcourt, Nigéria
Professora Janet E. Smith, Seminário Maior do Sagrado Coração, Detroit, Michigan, EUA,
Reverendo Professor Vimal Tirimanna CSsR, Universidade Alphonsianum, Romea
Reverendo Dom Henry Wansbrough OSB, Abadia de Ampleforth, Inglaterra
Anglicanos
Cônega Doutora Paula Gooder, Birmingham, Inglaterra, Igreja Anglicana
Reverendo Nkosinathi Ndwandwe, Bispo Sufragâneo de Natal, Igreja Anglicana do sul da África
Reverenda Linda Nicholls, bispa de Trent-Durham, Diocese de Toronto, Canada, Igreja Anglicana do Canada
Reverendo Cônego Michael Nai-Chiu Poon, Colégio Teológico da Trindade, Cingapura, Igreja da Província du Sudeste da Ásia
Reverendo Cônego Peter Sedgwick, Colégio São Miguel, Llandaff, País de Gales, Igreja no País de Gales
Reverendo Dr. Charles Sherlock, Diocese de Bendigo, Australia, Igreja Anglicana da ustralia
Reverendo Cônego Jonathan Goodall, Representante do Arcebispo de Cantuária, Inglaterra
Consultor
Reverendo Dr. Odair Pedroso Mateus, Secretariado da Comissão de Fé e Ordem do Conselho Mundial de Igrejas, Suíça
Secretaria
A Comissão tem dois secretários: Cônega Alyson Barnett-Cowan (Sede da Comunhão Anglicana, Londres) e Monsenhor Mark Langham (Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Roma), e o Sr. Neil Vigers (Administrador, Sede da Comunhão Anglicana, Londres).


em Aparecida  

Os bispos católicos romanos do Brasil estão reunidos desde o dia 10 de abril, em Aparecida-SP,  para a 51a. Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No dia 16 ocorreu a Celebração Ecumênica com a presença das seguintes igrejas e organismos: Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), Igreja Presbiteriana Independente (IPI), Igreja Presbiteriana Unida (IPU), Comunidade Carisma, Coordenadoria Ecumênica e Serviço (CESE) e Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC).Dom Maurício Andrade, bispo Primaz, esteve presente no ato em companhia do Secretário Geral da IEAB, Reverendo Arthur Cavalcante e do Reverendo José de Jesus Gonçalves (DASP). A Celebração Ecumênica foi um momento especial para reafirmar a caminhada das igrejas na Fraternidade. Dom Maurício fez a homilia baseada no texto de Lucas 24, 13-25 (Os discípulos de Emaús) e exortou para que todos permaneçam atentos aos sinais de vida que apontam para o Cristo Ressuscitado. Lembrou da importância do Encontro Mundial do ARCIC que ocorrerá entre os dias 29 de abril a 06 de maio no Rio de Janeiro. E igualmente assegurou a presença de representações de jovens da IEAB e da Comunhão Anglicana na Jornada Mundial da Juventude/Rio de Janeiro, entre os dias 23-28 de julho, da qual o Reverendo Nicholas Wheeler da Diocese Anglicana do Rio de Janeiro está responsável pela articulação anglicana. 
Na ocasião Dom Maurício Andrade  se reuniu com o Arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer, com Dom Jacyr Francisco Braido – Bispo da Diocese de Santos- e com Pastor Presidente da IECLB Dr. Nestor Paulo Friedrich para informar sobre a situação atual da Diocese Anglicana de São Paulo. O Bispo Primaz recebeu de todos os líderes votos de solidariedade ecumênica e apoio total a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.
Bispo Dom Maurício Andrade teve a oportunidade de ter um rápido encontro com Dom Celso de Queiroz, ex-membro da Comissão Nacional Anglicano Católica Romana (CONAC) e que representou a Igreja Católica Apostólica Romana do Brasil no Encontro IARCCUM, no ano de 2000, em Mississauga/Canadá.
Na mesma noite, o Bispo Primaz foi entrevistado por  jornalistas de canais de televisão ligados a Igreja Católica. Logo após todos os representantes ecumênicos puderam participar de um jantar com o Cardeal Dom Raymundo Damasceno, presidente da CNBB.


  • Mulheres Ecumênicas na Comissão sobre o Status das Mulheres: desafios de viver no mundo de Deus Pai/Deus Mãe sem violência de gênero.

    As Mulheres Ecumênicas (EM) estão presentes na Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher (CSW UN) desde 2000. É uma coalizão internacional de igrejas e organizações ecumênicas junto ao Conselho Econômico e Social da Nações Unidas (ECOSOC).
    Como organizações baseadas na fé (FBO), elas admitem que, historicamente, algumas instituições e comunidades de fé criaram e perpetraram uma narrativa de subserviência da mulher e meninas, através de seus ensinos e práticas em relação as estruturas patriarcais. Além disso, elas reconhecem a sua responsabilidade e, também hoje, a capacidade de prevenir a violência e defender as mulheres e meninas como criadas à imagem de Deus e iguais aos dos homens e meninos.
    As Mulheres Ecumênicas (EM), representando 29 países, sendo o Brasil um deles, e 18 Comunidades de Fé, entre elas a Comunhão Anglicana, estavam presentes na quiquagésima sétima reunião sobre o Status da Mulher (CSW57), nas Nações Unidas, durante o periodo de 04 a 15 de março de 2013. Antes desse evento, no dia 02 de março, realizou-se o primeiro encontro em Nova Iorque com o propósito de reunir essas representações para celebração e diálogo em defesa dos direitos das mulheres nos campos político, econômico, civil, social e educacional.
    A participação das Mulheres Ecumênicas (EM) na Comissão sobre o Status da Mulher é para chamar à atenção sobre as questões vinculadas ao tema da eliminação e prevenção da violência contra mulheres e meninas e sugerir recomendações possíveis a ação, as quais seguem abaixo:
    • Reconhecem que subjacente a todas as formas de violência existem fatores culturais, estruturais e econômicos que criam desequilíbrio, que humilha e diminui a dignidade de meninas e mulheres. A discriminação de gênero aumenta o risco de violência contra elas que, desde a infância, são ensinadas a normalizar, aceitar e suportar as violências como prática cultural. Aceitar essa discriminação de gênero é ser conivente com a violação de seus direitos humanos.
    • A aceitação cultural da discriminação leva à discriminação estrutural. Muitos governos adotamuma legislação nacional pelo fim da violência contra as mulheres, mas não conseguem implementá-la. Mais mulheres devem ser envolvidas nos processos de decisão e os estados devem trabalhar ativamente para prevenir e punir a violência contra as mulheres nos lugares de esfera pública ou privada.
    • A discriminação econômica impede as mulheres de contribuir integralmente como agentes econômicos, muitas vezes não são reconhecidas por suas contribuições e são impedidas de participar nas economias locais, regionais e internacionais
    • Nós reconhecemos que a violência contra mulheres e meninas é de fato um problema social. A fim de combater as raízes da violência baseada no gênero, todos os setores da sociedade devem trabalhar juntos.
    • Devemos prestar atenção especial tambem às necessidades das populações minoritárias: rural, indígena e imigrantes dentro dos Estados que frequentemente enfrentam dificuldades particulares para o combate à violência, devido ao seu isolamento geográfico e relacional de posições e centros de poder. Isso afeta a sua capacidade de acessar os recursos, tais como serviços, educação e informação.
    As Mulheres Ecumênicas (EM) apelam a ONU e suas agências especializadas para:
    • Promover uma plataforma para o diálogo aberto, especialmente para aquelas sociedades onde o silêncio, vergonha e negação impedem que as mulheres e meninas deêm um passo à frente e recebam os subsídios de que necessitam.
    • Desenvolver planos de ação nacionais para erradicar o tráfico humano e fazer cumprir os esforços internacionais para com os compromissos estabelecidos no Protocolo da ONU para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de pessoas.
    • Desenvolver campanhas de sensibilização e mecanismos de informação para a igualdade de gênero.
    • Educar homens e meninos sobre as relações respeitosas com as mulheres e meninas.
    • Criar e apoiar programas que suportem os direitos, especialmente das mulheres da minoria (rural, indígena, imigrantes), fortalecendo as comunidades e promovendo o bem-estar de todas as pessoas.
    • Trabalhar para educação e acesso a dispositivos de saúde reprodutiva, incluindo a contracepção e prevenção de DSTs/HIV/AIDS.
    Durante os 14 dias de trabalho, estavam todas confiantes de que compartilhar a voz é um espaço para o ativismo: “eliminação e prevenção da violência contra mulheres e meninas” e que, quando voltassem a suas casas, continuariam com este trabalho para partilhar o que aprenderam umas com as outras e viver os desafios no mundo de Deus Pai/Deus Mãe.
    Ilcélia Soares é    contato diocesano (Diocese Anglicana do Recife) do Serviço de Diaconia e Desenvolvimento (SADD),  representante do Brasil na Comunhão Anglicana na ONU em New York, março de 2013.
     
  • Diocese Anglicana de São Paulo: Renovação dos Votos de Ordenação 

    Ó Pai, por Jesus Cristo, teu filho, concede o Espírito Santo a esse teus servos que renovam seus votos de ordenação. Enche-os de graça e poder e faze com que possam realizar suas vocações no ministério de tua Igreja. Possam eles exaltar-te, ó Senhor, no meio do teu povo; oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a Ti; proclamar com coragem o Evangelho da Salvação; e devidamente ministrar os sacramentos da Nova Aliança. Faze deles pastores fieis, mestres pacientes e conselheiros sábios. Concede que, em todas as coisas, possam servir sem esperar recompensa, de modo que teu povo seja fortalecido e teu Nome glorificado em todo o mundo. Mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que, contigo e o Espírito Santo, vive e reina um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém. (Oração de Renovação dos Votos de Ordenação)
    Ocorreu na manhã da Quinta-Feira Santa (28 de março) na Paróquia da Santíssima Trindade o encontro do Clero Diocesano para o tradicional Ofício de Renovação dos Votos de Ordenação e Bênção dos Óleos. Todos os anos o clero da DASP é convocado pelo Bispo se encontram na Quinta-Feira para essa importante cerimônia. Estiveram presentes aproximadamente 60 pessoas entre clérigos e leigos.
    O Bispo Dom Naudal Alves Gomes (Diocese Anglicana de Curitiba) veio especialmente, à convite do Bispo Primaz, para presidir o Ofício juntamente com todo o Clero da Diocese Anglicana de São Paulo (DASP). Dom Naudal fez uma partilha com o clero e com o povo  sobre a importância do ministério cristão para cada fiel e lembrando a máxima do sacerdócio universal de todos os crentes.
    Dos 34  membros clericais vinculados canonicamente à DASP/Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) estiveram 21 representantes. Bispo Naudal conduziu o clero (presbíteros e diáconos) na Renovação dos Votos de Ordenação. Logo após todos os clérigos puderam assinar a Declaração Canônica DASP/IEAB 2013 na qual consta o texto seguinte: Cremos que as Santas Escrituras do Antigo e Novo Testamento são a Palavra de Deus e contém todas as coisas necessárias à Salvação, e prometemos solenemente conformar-nos à Doutrina, ao Culto e à Disciplina da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.
    Destacamos uma expressiva participação de leigos representando suas respectivas comunidades, a saber: Paróquia da São João (bairro de Pinheiros), Paróquia São Lucas (bairro de Vila Maria), Paróquia da Santíssima Trindade (bairro de Sta. Cecilia), Paróquia Santo André (Campinas), Paróquia Santo André (Pereira Barreto), Paróquia de Santo Estevão (Araçatuba), Paróquia Cristo Rei (Registro) e Paróquia da Ressurreição (bairro da Saúde).
    No mesmo culto foram consagrados os Óleos para serem usados nas comunidades da DASP e em seguida foi celebrada a  Santa Eucaristia. Por fim, muitos continuaram o momento de comunhão no Salão Paroquial onde já estava preparado um lanche.
    A Diocese Anglicana de São Paulo compreende toda a região do estado de São Paulo,  e integra a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil/Comunhão Anglicana. Atualmente está sob supervisão pastoral de Dom Maurício Andrade, Bispo Primaz da IEAB e da Diocese Anglicana de Brasília.  O Escritório Diocesano funciona na Rua Borges Lagoa 172 (metrô Sta.Cruz) e os contatos podem ser feitos através do telefone 11- 55499086/55799011 ou através do endereço eletrônico da Secretária Diocesana Reverenda Carmen Kawano em cakawano@gmail.com

    (Créditos das Fotos: Nina Boe- missionária de YASC- Young Adult Service Corps- The Episcopal Church)
Fonte: http://sn.ieab.org.br/page/5/


___________________________________________

Notícias
210 mil pedem pela liberdade religiosa
Qua, 19 de Setembro de 2012 16:24
"É claro que me sinto surpreso em saber que o número de pessoas ultrapassou o que a Comissão (de Combate à Intolerância Religiosa) esperava. Tínhamos o objetivo de levar 200 mil para a Avenida Atlântica. Dez mil além do esperado só mostra o quanto o esforço desse trabalho, por um Brasil democrático e onde as pessoas respeitam os credos alheios, tem conquistado todos os setores da sociedade", disse o interlocutor do grupo de vários segmentos religiosos, babalawo Ivanir dos Santos, ao ser informado sobre o número de participantes, ao fim da Quinta Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que ocorreu no domingo, 16 de setembro, na Praia de Copacabana. Segundo a coordenação de Infraestrutura do evento, 45 mil assistiram ao espetáculo da cantora Margareth Menezes, principal atividade cultural da Caminhada, na Praça do Lido.
 
Desde o início de setembro, a Comissão enviou aos candidatos a prefeito do Rio de Janeiro uma carta-compromisso, a fim de que a liberdade religiosa esteja garantida por aquele que assumir. O atual prefeito, Eduardo Paes, foi representado pelo vice de sua chapa, Adilson Pires. Marcelo Freixo (PSOL) fez questão de assinar o documento e acompanhar os caminhantes na Princesinha do Mar. Cyro Garcia (PSTU) e Otávio Leite (PSDB) se manifestaram com interesse em assinar, porém pediram à Comissão de Combate à Intolerância Religiosa que outra oportunidade fosse estudada por conta de compromissos com agendas de campanhas.
 
Dessa forma, na presença de mais de 25 representações religiosas e de várias autoridades, incluindo a chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), delegada Marta Rocha, Freixo comprometeu-se com uma administração "em que o medo de ser livre, de qualquer forma, não exista". Aplaudido, o candidato do PSOL recebeu das mãos de Ivanir dos Santos o livro "Caminhando a Gente se Entende", lançado em janeiro deste ano, com imagens das quatro caminhadas anteriores. "Assinar a carta é muito importante. No entanto, a prática é essencial para que se acabe de verdade com as exclusões", declarou Marcelo Freixo.
 
"Uma coisa que tem crescido no Brasil é a ideia fascista de que só tem um caminho. Isso vem interferindo na educação e no mercado de trabalho, por exemplo, porque excluiu pessoas de oportunidades com base na opção religiosa", disse o babalawo após a fala de Marcelo Freixo.
 
Depois da coletiva de imprensa, dezenas de ônibus, vans e carros lotados chegavam de vários lugares à concentração, no Posto Seis. A Quinta Caminhada contou com participantes de Pernambuco, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e diversos municípios do Estado do Rio. Mesmo com sol forte, as pessoas entoaram cânticos religiosos e exibiram dezenas de faixas com pedidos de aplicação da Lei 10.639/03, que prevê a implementação dos estudos das histórias da África e da Cultura Afro-brasileira nas escolas de todo o País, além do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
 
Chamada por Santos de "ministra do povo", Luíza Bairros (Seppir) andou com os religiosos desde a concentração até o fim da apresentação de Margareth Menezes e, no carro de som, dedicou suas falas aos clamores de liberdade. " Eu estou muito emocionada de ver tanta gente em prol de uma causa tão nobre. Respeitar o próximo é fundamental para um convívio de paz e por um Brasil realmente de todos. Parabéns para a Comissão, parabéns, Ivanir, por conseguir articular todas essas religiões", falou.
 
Diversos segmentos foram solidários aos muçulmanos por conta do filme "Innocence of Muslims", que trata de uma suposta biografia do profeta Muhammad, estereotipando-o como homossexual, mulherengo e pedófilo. O grupo deixou claro seu repúdio contra a obra e declarou apoio aos seguidores do Islamismo, afirmando que nenhum desrespeito religioso pode ser permitido.
 
Margarteh Menezes subiu ao primeiro trio às 15h e conseguiu animar até mesmo a ministra Luíza Bairros, que, meio aos populares, dançou até o fim. Antes de fechar o repertório, Menezes agradeceu o apoio da Rede Globo, o patrocínio da Petrobras, aos órgãos municipais e estaduais que trabalharam pelo bom andamento da Caminhada, e passou a palavra ao interlocutor. "Nós, religiosos, estamos de parabéns. Mostramos, mais uma vez, que além de possível é maravilhoso aprender um pouco um do outro e não aceitar que nos demonizem, principalmente a Umbanda e o Candomblé. Esta foi uma caminhada que teve muitas dificuldades para sair, mas Ifá (conjunto de sabedoria divina para seguidores do Candomblé) não mente, e todo verdadeiro religioso vence por confiar no Divino", finalizou Ivanir dos Santos.
 
Fonte: CEBI em, http://www.conic.org.br
 
 
 
Qui, 13 de Setembro de 2012 20:17
A superação da separação confessional é o objetivo da iniciativa Ökumene Jetzt!, organizada por figuras públicas pertencentes a várias esferas da vida pública: política, ciência, economia, cultura, esportes e outros âmbitos sociais.
 
"Não queremos uma reconciliação que mantenha a separação, mas sim uma unidade vivida na consciência da diversidade, que historicamente foi se formando", diz-se no apelo, que foi apresentado publicamente juntamente com sua página web, pedindo-se o apoio das lideranças eclesiais e das comunidades.
 
O texto foi publicado no sítio Oekumene-jetzt.de, 05-09-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
 
Eis o texto.
 
Ecumenismo agora: Um só Deus, uma só fé, uma Igreja
 
"Mantenham entre vocês laços de paz, para conservar a unidade do Espírito. Há um só corpo e um só Espírito, assim como a vocação de vocês os chamou a uma só esperança: há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, que age por meio de todos e está presente em todos" (Carta de Paulo aos Efésios 4, 3-6).
Nos próximos anos, os cristãos e cristãs de todo o mundo recordam dois eventos marcantes da história da Igreja:
- os 50 anos do Concílio Vaticano II;
- os 500 anos da Reforma.
Na Alemanha, a "Década de Lutero" (a Luther-Dekade é uma série de manifestações iniciadas no dia 21 de setembro de 2008 em vista do 500º aniversário, em 2017, da fixação das 95 teses de Lutero em Wittenberg) deve servir para a preparação e para a avaliação de uma data histórica que, retrospectivamente, representa um divisor de águas na história do nosso país. Ambos os eventos não se referem apenas a uma denominação, mas são um desafio e uma oportunidade em particular para todas as Igrejas, mas não só.
Participaremos com empenho da preparação e da execução de eventos, exposições, publicações e liturgias para lembrar e reconhecer o Concílio Vaticano II e a Reforma, e pretendemos fazer de tudo para que, depois dos jubileus, não permaneça tudo como antes.
Assim como Deus nos concedeu no batismo a comunhão com Jesus Cristo, os batizados são unidos como irmãos e irmãs. Formam como povo de Deus e corpo de Cristo a única Igreja que professamos no Credo. Por isso, é necessário que essa unidade espiritual também possa assumir uma forma visível.
Martinho Lutero queria renovar, não dividir a Igreja. Ele queria a unidade da Igreja, "para que o mundo creia" (cf. também Jo 17, 9-23). Ele considerava expressamente que a introdução de uma diversidade confessional dentro de uma região era impraticável e inadequada. A Confissão de Augsburgo de Lutero também enfatiza a necessidade da unidade da Igreja: "Para a verdadeira unidade da Igreja, é suficiente estar de acordo [o latim diz: consentire] sobre a doutrina do Evangelho e sobre a administração dos sacramentos" (Confessio Augustana 7).
Todavia, chegou-se à separação das Igrejas. Havia graves diferenças e incompreensões, mas a divisão não tinha só razões teológicas, mas também sólidas razões políticas: chegou-se a isso não por uma convicção de fé de ser evangélico ou católico-romano, mas com base no lugar onde se vivia. Os soberanos de uma região determinavam a confissão dos seus habitantes. Para a longa separação das Igrejas, foram mais determinantes as questões de poder do que as questões de fé. Portanto, foi uma consequência lógica que o desejo de ser uma única Igreja cristã fosse repetidamente retomado mesmo depois da separação das Igrejas, embora com intensidades diferentes.
A busca da unidade das Igrejas recebeu uma expressão particular com o Concílio Vaticano II (1962-1965), que foi convocado para uma renovação não só pastoral, mas também ecumênica. Um documento-chave do Concílio, o Decreto sobre o Ecumenismo (Unitatis Redintegratio) sublinhou o dever dos cristãos e das cristãs de trabalhar pela restauração da unidade da Igreja: "Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido (1Cor 1, 13). Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura" (Unitatis Redintegratio, n.1).
Desse modo, o decreto católico-romano não se coloca apenas na tradição do apóstolo Paulo, mas também na continuação da preocupação luterana. Ele também indica simultaneamente onde se deve procurar a responsabilidade pela busca da unidade.
Não só os pastores, mas também e principalmente os fiéis são chamados a se empenhar pelo restabelecimento da unidade. "A solicitude na restauração da união vale para toda a Igreja, tanto para os fiéis como para os pastores. Afeta a cada um em particular, de acordo com sua capacidade, quer na vida cristã quotidiana, quer nas investigações teológicas e históricas" (Unitatis Redintegratio, n.5).
Não podemos e não devemos abandonar o empenho pela unidade de toda a Igreja até que seja alcançada entre as lideranças eclesiásticas um acordo teológico sobre o modo de entender a missão e a Ceia do Senhor. E também não devemos nos contentar em ter como meta o fato de que as Igrejas se reconheçam reciprocamente como Igrejas. Embora, atualmente, ainda estejamos longe disso: essa meta é necessária, mas insuficiente demais!
Não queremos uma reconciliação com a manutenção da separação, mas sim uma unidade vivida na uma consciência da diversidade que historicamente foi se formando.
Hoje, a divisão das Igrejas não é nem fundamentada nem desejada politicamente. Razões teológicas, hábitos institucionais, tradições eclesiais e culturais são suficientes para manter a separação das Igrejas?
Não acreditamos nisso.
É óbvio que, no que se refere aos cristãos e cristãs católicos e evangélicos, são mais as coisas que unem do que as que dividem.
É incontestável que há posições diferentes no modo de entender a eucaristia, a missão e as atividades das Igrejas.
Porém, é fundamental que essas diferenças não justifiquem a manutenção da separação.
Em ambas as Igrejas é grande o desejo de unidade. As consequências da separação são sentidas dolorosamente na vida cotidiana dos cristãos e cristãs.
Apreciamos os esforços feitos nas últimas décadas para progredir no ecumenismo. Reconhecemos que a experiência da comunhão na fé e a cooperação prática de comunidades católicas e evangélicas localmente tenha se desenvolvido mais rapidamente do que o processo de esclarecimento institucional e teológico.
Apelamos às lideranças das Igrejas para que acompanhem os reais desenvolvimentos que ocorrem localmente nas comunidades, para que o ecumenismo não emigre para uma terra de ninguém entre as confissões, mas para que se supere a separação entre as nossas Igrejas. Apelamos às comunidades para que continuem progredindo no ecumenismo, modelem juntas a vida eclesial, compartilhem os espaços e busquem realizar a unidade organizacional. 
Como cristãos em uma terra de Reforma, temos uma responsabilidade especial de dar o exemplo e de contribuir para viver a nossa fé comum em uma Igreja também comum.
 
Primeiros signatários:
 
Thomas Bach, advogado, presidente do Deutscher Olympischer Sportbund e vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), campeão olímpico em 1976.
Andreas Barner, administrador industrial, porta-voz da direção empresarial da Boehringer Ingelheim GmbH, membro do Conselho Científico e diretor do Evangelischer Kirchentag.
Günter Brakelmann, teólogo evangélico, até 1996 professor de doutrina social cristã da Faculdade de Teologia Evangélica da Ruhr-Universität de Bochum.
Andreas Felger, artista, pintor e escultor. Desde 1960, desempenha atividades independentes como artista.
Christian Führer, pastor protestante, cofundador da "Oração pela paz" da Igreja Sankt Nikolai de Leipzig.
Gerda Hasselfeldt, economista, presidente do grupo regional da União Social-Cristã (CSU) no Bundestag, vice-presidente do Bundestag de 2005 a 2011.
Günther Jauch, jornalista, apresentador e produtor. Moderador do talk-show Günther Jauch do canal ARD. No ano 2000, fundou sua própria empresa de produção, I&U TV.
Hans Joas, sociólogo e filósofo social, membro permanente do Freiburg Institute for Advanced Studies (FRIAS).
Friedrich Kronenberg, economista, secretário-geral do Comitê Central dos Católicos Alemães (Zentralkomitee der Deutschen Katholiken, de 1966 a 1999), membro do Bundestag de 1983 a 1990.
Norbert Lammert, cientista social, presidente do Bundestag, membro do Bundestag desde 1980.
Hans Maier, cientista político, presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães (1976-1988), ministro da Baviera para educação e culto (1970-1986).
Thomas de Maizière, jurista, ministro da Defesa, ministro do Interior (2009-2011).
Eckhard Nagel, médico e filósofo, diretor médico da clínica universitária de Essen, diretor do Institut für Medizinmanagement und Gesundheitswissenschaften (ciências da saúde – IMG) da Universidade de Bayreuth, membro do Ethikrat alemão, membro do conselho diretivo do Kirchentag evangélico, presidente evangélico do II Kirchentag ecumênico de Munique de 2010.
Otto Hermann Pesch, teólogo católico-romano. Até 1998, foi professor de teologia sistemática na Universidade de Hamburgo.
Annette Schavan, teóloga e pedagoga, ministra de Educação e de Pesquisa, vice-presidente da União Democrata-Cristã (CDU).
Uwe Schneidewind, economista, presidente do Wuppertal Institut für Klima, Umwelt, Energie GmbH.
Arnold Stadler, escritor, vencedor, dentre outros prêmios, do Büchner-Preis (1999) e do Kleist-Preis (2009).
Frank-Walter Steinmeier, jurista, presidente de uma divisão do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), ministro do Exterior (2005-2009), vice-chanceler (2007-2009).
Wolfgang Thierse, estudioso de aspectos cultura, germanista, vice-presidente e presidente do Bundestag (1998-2005). Membro do Bundestag desde 1990.
Günther Uecker, escultor e artista de objetos, tendo participado de inúmeras exposições e recebido honras internacionais. Em 1998-1999, ajudou na construção de um lugar de recolhimento no edifício do Reichstag.
Michael Vesper, sociólogo, diretor-geral da Deutscher Olympischer Sportbund (DOSB), ministro de Obras Públicas, Cultura e Esporte (1995-2005).
Antje Vollmer, teóloga e pedagoga, vice-presidente do Bundestag (1994-2005). Membro do Bundestag (1983-1990 e 1994-2005).
Richard von Weizsäcker, presidente da República Federal da Alemanha de 1984 a 1994, presidente do Kirchentag evangélico (1964-1970 e 1979-1981). Membro do Bundestag (1969-1981).
 
Até o dia 12 de setembro de 2012, eram mais de 4.170 os apoiadores que aderiram ao apelo Ökumene Jetzt!
 
Com informações do IHU
  em, http://www.conic.org.br
 
 
'voto de cajado'
 

Ter, 11 de Setembro de 2012 20:30
Um grupo de religiosos ligado à defesa da cidadania e dos direitos sociais realiza no próximo dia 21 um encontro com evangélicos para debater o que eles chamam de "voto de cajado", que seria o equivalente ao "voto de cabresto" no meio religioso. 
Formada por cristãos de várias correntes, a Rede Fale trabalha contra esse tipo de interferência nas decisões políticas do cidadão e pretende estimular o consciente. O encontro acontecerá na Igreja Cristã da Família, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.
O movimento contra o voto de cajado começou no Rio de Janeiro, contra o novo coronelismo de grandes poderes evangélicos”, explica Morgana Boostel, secretária-executiva da Rede.
Na disputa eleitoral de São Paulo, o caso de maior repercussão é o apoio da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, ao candidato Celso Russomanno (PRB). Mas a secretária-executiva da entidade diz que não é intenção do grupo falar contra a atuação de grupos ou pastores específicos. 
"Edir Macedo não é necessariamente o grande nome, ou não é o único, talvez seja o mais midiático.”
Da mesma maneira, inversamente, a Rede Fale não defende o voto em candidatos em particular. “Se déssemos a orientação em quem votar, iríamos contra o foco do trabalho, que é a conscientização e a ampliação do debate político, levando as pessoas a conhecer melhor os candidatos”, diz Morgana. 
Por isso, explica, Russomanno não é visto como um candidato a se destacar. “Russomanno é como outro candidato qualquer, nossa intenção é que as pessoas olhem para as eleições e para os candidatos criticamente, seja em relação a José Serra (PSDB), a Fernando Haddad (PT), a Russomanno, a Carlos Gianazzi (PSOL).”
Sobre tendências políticas, Morgana afirma que a Rede se relaciona com partidos a partir da identidade programática. “A marca partidária não nos cerceia. Nossos interesses são a promoção da vida, a igualdade, a garantia de direitos”, define. Em função disso, a entidade se manifesta “contra qualquer tipo de violência, seja racial, sobre orientação sexual etc”.
 
Fonte: Rede Brasil Atual
  em, http://www.conic.org.br/cms/noticias?start=550

 

Nessun commento:

Posta un commento