O Papa Francisco recebeu esta segunda-feira, no Vaticano, representantes da Federação Luterana Mundial, aos quais disse que católicos e luteranos devem “pedir perdão” uns aos outros e empenhar-se no diálogo ecuménico.
“Católicos e luteranos podem pedir perdão pelo mal que causaram uns aos
outros e pelas suas ofensas, cometidas à vista de Deus. Juntos, podemos
regozijar-nos com o desejo de unidade que o Senhor despertou nos nossos
corações e nos faz olhar com esperança para o futuro”, declarou.
A intervenção do Papa evocou o programa celebrativo comum que tem em
vista assinalar os 500 anos da reforma protestante, em 2017. “Acredito
que é importante para todos confrontar em diálogo a realidade história
da reforma, as suas consequências e as respostas que lhe foram dadas”,
declarou.
Francisco apelou a um caminho de “diálogo e comunhão”, face a todas as
dificuldades e divergências, destacando a importância do “ecumenismo
espiritual”.
“Este constitui, em certo sentido, a alma do nosso caminho para a plena
comunhão e permite-nos saborear antecipadamente, desse já, alguns
frutos, ainda que imperfeitos”, sublinhou.
O Papa assinalou ainda o 50º aniversário do diálogo teológico
católico-luterano, cujo documento principal, até hoje, é a declaração
conjunta sobre a Doutrina da Justificação (31 de Outubro de 1999).
Pediu que se enfrentem as “questões fundamentais” e as divergências que
surgem “no campo antropológico e ético. É certo que não faltam as
dificuldades e não faltarão, vão exigir ainda paciência, diálogo,
compreensão recíproca, mas não tenhamos medo”, referiu.
Luteranos (75 milhões), calvinistas/presbiterianos (80 milhões) e
anglicanos (77 milhões) são as principais comunidades das chamadas
‘Igrejas tradicionais’ provenientes da reforma, a que se juntam 60
milhões que se encontram ligadas ao metodismo.
A Comissão Católico-Luterana para a Unidade propôs um programa comum
para assinalar os 500 anos da reforma, com o tema “Do conflito à
comunhão”.
Fonte: Agência Ecclesia
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