domenica 23 aprile 2017

Caracteres rurais e urbanos na formação e desenvolvimento de São Paulo


Micael Max de Jesus Santos*
O texto quando foi escrito tinha a preocupação de oferecer um conhecimento empírico da cidade de São Paulo, cidade esta que comporta um dos maiores aglomerados do planeta, e que desde sua origem já possuía pontos de contatos com outras aglomerações urbanas brasileira; o fato de haver naquela época poucos estudos sobre esta atual metrópole, fez com que o autor busca-se entender qual seria a importância dos pontos de contatos para a sociologia. Pelo fato do crescimento desta cidade ter sido tumultuoso, tornava-se impossível estuda-la sem compreender a sua origem e a sua evolução estrutural. Todavia o campo de estudo tornou-se para o pesquisador muito extenso, por este motivo os estudos permaneceram no campo dos esboços e sugestões, contrariando a vontade do autor do estudo, que era a de analisar todos os dados empíricos.
São Paulo surgiu como povoação em 1554 século XVI a partir de um colégio de jesuítas; com o passar do tempo e o aumento dos habitantes (1500 a 2000 brancos, negros e mestiços), passou a ser chamada de vila; pelo fato de sua atividade econômica serem basicamente agrícola fez com que a vida associativa dos moradores tomassem formas diferentes dos costumes europeus. Os habitantes aqui do Brasil, principalmente os que estavam situados em São Paulo, enfrentavam dificuldades como: longas distancias entre os povoamentos, constantes ataques de índios, além da dificuldade de obter terras pois estas só podiam ser obtidas por doação do donatário ou da Câmara que era o órgão responsável pelas questões de interesse coletivo tal qual criação de igrejas, liberações para viagens do vigário local, fornecimento de alimentos, capturas de índios etc., aqui é importante salientar que está câmara era composta pelos homens considerados bons que tinham a obrigação de comparecer às reuniões ordinárias. O constante perigo que as pessoas sentiam fazia crescer entre eles uma força de solidariedade, que os impelia a protegerem uns aos outros, contudo por volta de 1592 surgiu a tendência de fixar morada no campo, pois lá era mais fácil agrupar os escravos para defender-se dos ataques dos nativos.
A vila, como os jesuítas definiram a jovem São Paulo, tornou-se um apêndice do campo, e existia apenas por conta dos pequenos comércios de alfaiates, tecelões, carpinteiros, ferreiros, sapateiros e de alguns moradores que possuíam residências na Villa e no campo; apesar disso os que não residiam mais nela tinham deveres instituídos pela câmara como participar das procissões anuais: Corpus Christi, visitação de Nossa Senhora e do Anjo da Guarda; além da responsabilidade pela manutenção da ruas e muros, tornaram-se assim incentivos para as pessoas recorrerem a Villa. Havia as posições sócias onde os “lavradores procuravam classificar-se como nobreza agraria, e as outras distinções estatamentais com fundamento nobiliário, sacerdotal, burocrático ou artesanal” (FERNANDES, 1979, p. 198), já no contexto dos escravos, existiam os forros, escravos livres. Segundo um recenciamento do ano de 1950 a população paulista constava de 2 198 096 habitantes, tal número indica que a Vila tornou-se uma cidade grande, constituída de redes de comunicações, transportes, grandes industrias, áreas urbanas e meios modernos de educação; contudo surgiu também desorganização social serviços públicos precários, dificuldade no abastecimento do mercado, as relações de solidariedade foram dando lugar as relações funcionais; assim é importante citar que o progresso não favorece a todos de forma igual, o trabalhador assalariado sempre sofre por conta da desigualdade, e muitos deste trabalhadores foram atraídos das zonas rurais para zona urbana pelas promessa de melhores condições de vida, mas tarde foi a vez das pessoas vindas de diversas partes do Brasil, principalmente nordestinos para busca melhores de condições de vida nesta cidade que entrará em constante ritmo de crescimento, acontecendo o inverso do que ocorreu no século XVI, o campo foi com o passar dos anos despovoado, pois o trabalho rural passou a ser  realizado pelas maquinas agrícolas. Contudo pela sociedade ser dividida em classes, as pessoas podem acender ou descender conforme o seu grau de instrução, renda entre outros fatores, mostrando assim que as posições são meritocráticas, através dos próprios esforços todos podem mudar de posição social. Os grupos que formam uma sociedade não estão somente ligados a fatores econômicos, mas também por laços afetivos como é o caso da família onde os componentes exercem solidariedade orgânica, já os grupos em que predomina-se a solidariedade mecânica, os agentes são interligados por interesse comuns como é o caso dos grupos políticos, e por fim os grupos religiosos em que os integrante possui comportamentos parecidos e buscam relacionar-se com o sobrenatural; para a sociologia um grupo deve ser identificado pela suas características peculiares, pela sua estrutura, pelas formas de comportamento que o rege, os valores e pela sua continuidade, não possuindo essas características pode ser caracterizado como aglomerado. Consuma vemos que desde oinícioas atividades importantes que eram desenvolvidas em São Paulo estavam ligadas ao campo, e a vila servia apenas como sede político-administrativa e religioso, com o passar do tempo ganhou o título de cidade (1711) por conta da sua grande população; e daí em diante o crescimento desta cidade foi tão acelerado que esta tornou-se uma metrópole, que abriga uma das aglomerações mais cosmopolitas da América Latina e é avaliada como uma das cidades que mais cresce no mundo, formando assim o maior centro industrial da América Latina;  atualmente todas as capitais brasileiras necessitam de forma direta ou indireta dela. Todos esses dados mostram as características estruturais da cidade de São Paulo, e demonstram que os fatores que impulsionaram sua evolução são de caráter político-administrativo e econômico.
Se este estudo tivesse enfoque no comportamento do homem na sociedade, veríamos que existe uma certa uniformidade na forma de pensar, agir e sentir, ou seja fatores exteriores passam a compor a personalidade dos indivíduos de uma determinada sociedade; e é justamente essa uniformidade que serve como modelo para aqueles que desejam inserir-se nela, é o que vemos descrito ao longo do texto a cima, algumas pessoas passaram a morar no campo logo a maioria passou a fazer o mesmo, surgi aqui o que podemos chamar de modelos sociais, as pessoas só serão aceita se assimilarem as manifestações culturais, religiosa, costumes e práticas desta sociedade. Todos os componentes de uma determinada sociedade possuem de certa forma o que se chama de papel social constituído pelos seus direitos e deveres, que diferem-se pela posição hierárquica social, podendo acontecer que um grupo imponha a sua vontade a outro grupo, e interessante ressaltar que Max Weber chamou esse acontecimento de poder, significando justamente toda possibilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, e para isso muitas das vezes os grupos s valem de armas brancas o de fogo, recordo os índios nativos e as pessoas vindas de fora do Brasil. As autoridades paulistas eram naquela época de caráter religioso ou burocrático. As relações sociais desde a época em que São Paulo estava surgindo e até hoje se dá de maneira que as pessoas que possuem bens e formam a elite só se relacionam com que está em seu patamar social enquanto a massa relaciona-se entre si. Como a população da cidade de São Paulo cresceu de uma forma explosiva, e foi deixando para trás as características coloniais; observamos que nos conglomerados residenciais as pessoas tornam-se anônimas, pois não há mais tanto contato entre elas; tudo passa a ser movido por interesses econômicos, instrumentais; pelo fato destas estarem sempre precisando uma das outras para algo, criam-se associações movidas, que nada mais é que um grupo de indivíduos unidos por causa de interesses em comuns.
Finalizo esse escrito muito satisfeito por poder compreender o caminho evolutivo da cidade de São Paulo, desde o seu surgimento com os jesuítas até os dias atuais. No qual a vila e os trabalhos rurais deram lugar a uma sociedade muito complexa, cheia de industrias, com um transito caótico em horários de pico e com uma grande população miscigenada, na qual possui há brasileiros vindos de todas as regiões, mas também estrangeiros que vem de diversas partes do mundo. Seu papel no cenário econômico brasileiro é tão importante que se torna quase impossível imagina, este nosso grande país sem o estado de São Paulo.
Referência

FERNANDES, Florestan.Caracteres rurais e urbanos na formação e desenvolvimento da cidade de São Paulo. In_____:Mudanças Sociais no Brasil. São Paulo: 3 ed. Difel. 1979, p. 193- 211.

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