Micael Max de Jesus Santos*
O texto quando foi escrito
tinha a preocupação de oferecer um conhecimento empírico da cidade de São
Paulo, cidade esta que comporta um dos maiores aglomerados do planeta, e que
desde sua origem já possuía pontos de contatos com outras aglomerações urbanas
brasileira; o fato de haver naquela época poucos estudos sobre esta atual
metrópole, fez com que o autor busca-se entender qual seria a importância dos
pontos de contatos para a sociologia. Pelo fato do crescimento desta cidade ter
sido tumultuoso, tornava-se impossível estuda-la sem compreender a sua origem e
a sua evolução estrutural. Todavia o campo de estudo tornou-se para o
pesquisador muito extenso, por este motivo os estudos permaneceram no campo dos
esboços e sugestões, contrariando a vontade do autor do estudo, que era a de
analisar todos os dados empíricos.
São Paulo surgiu como povoação
em 1554 século XVI a partir de um colégio de jesuítas; com o passar do tempo e
o aumento dos habitantes (1500 a 2000 brancos, negros e mestiços), passou a ser
chamada de vila; pelo fato de sua atividade econômica serem basicamente agrícola
fez com que a vida associativa dos moradores tomassem formas diferentes dos
costumes europeus. Os habitantes aqui do Brasil, principalmente os que estavam
situados em São Paulo, enfrentavam dificuldades como: longas distancias entre
os povoamentos, constantes ataques de índios, além da dificuldade de obter
terras pois estas só podiam ser obtidas por doação do donatário ou da Câmara
que era o órgão responsável pelas questões de interesse coletivo tal qual
criação de igrejas, liberações para viagens do vigário local, fornecimento de
alimentos, capturas de índios etc., aqui é importante salientar que está câmara
era composta pelos homens considerados bons que tinham a obrigação de
comparecer às reuniões ordinárias. O constante perigo que as pessoas sentiam
fazia crescer entre eles uma força de solidariedade, que os impelia a
protegerem uns aos outros, contudo por volta de 1592 surgiu a tendência de
fixar morada no campo, pois lá era mais fácil agrupar os escravos para
defender-se dos ataques dos nativos.
A vila, como os jesuítas definiram
a jovem São Paulo, tornou-se um apêndice do campo, e existia apenas por conta
dos pequenos comércios de alfaiates, tecelões, carpinteiros, ferreiros,
sapateiros e de alguns moradores que possuíam residências na Villa e no campo;
apesar disso os que não residiam mais nela tinham deveres instituídos pela
câmara como participar das procissões anuais: Corpus Christi, visitação de
Nossa Senhora e do Anjo da Guarda; além da responsabilidade pela manutenção da
ruas e muros, tornaram-se assim incentivos para as pessoas recorrerem a Villa.
Havia as posições sócias onde os “lavradores procuravam classificar-se como
nobreza agraria, e as outras distinções estatamentais com fundamento
nobiliário, sacerdotal, burocrático ou artesanal” (FERNANDES, 1979, p. 198), já
no contexto dos escravos, existiam os forros, escravos livres. Segundo um
recenciamento do ano de 1950 a população paulista constava de 2 198 096
habitantes, tal número indica que a Vila tornou-se uma cidade grande,
constituída de redes de comunicações, transportes, grandes industrias, áreas
urbanas e meios modernos de educação; contudo surgiu também desorganização
social serviços públicos precários, dificuldade no abastecimento do mercado, as
relações de solidariedade foram dando lugar as relações funcionais; assim é
importante citar que o progresso não favorece a todos de forma igual, o
trabalhador assalariado sempre sofre por conta da desigualdade, e muitos deste
trabalhadores foram atraídos das zonas rurais para zona urbana pelas promessa
de melhores condições de vida, mas tarde foi a vez das pessoas vindas de
diversas partes do Brasil, principalmente nordestinos para busca melhores de
condições de vida nesta cidade que entrará em constante ritmo de crescimento,
acontecendo o inverso do que ocorreu no século XVI, o campo foi com o passar
dos anos despovoado, pois o trabalho rural passou a ser realizado pelas maquinas agrícolas. Contudo
pela sociedade ser dividida em classes, as pessoas podem acender ou descender conforme
o seu grau de instrução, renda entre outros fatores, mostrando assim que as
posições são meritocráticas, através dos próprios esforços todos podem mudar de
posição social. Os grupos que formam uma sociedade não estão somente ligados a
fatores econômicos, mas também por laços afetivos como é o caso da família onde
os componentes exercem solidariedade orgânica, já os grupos em que predomina-se
a solidariedade mecânica, os agentes são interligados por interesse comuns como
é o caso dos grupos políticos, e por fim os grupos religiosos em que os
integrante possui comportamentos parecidos e buscam relacionar-se com o
sobrenatural; para a sociologia um grupo deve ser identificado pela suas
características peculiares, pela sua estrutura, pelas formas de comportamento
que o rege, os valores e pela sua continuidade, não possuindo essas
características pode ser caracterizado como aglomerado. Consuma vemos que desde
oinícioas atividades importantes que eram desenvolvidas em São Paulo estavam
ligadas ao campo, e a vila servia apenas como sede político-administrativa e
religioso, com o passar do tempo ganhou o título de cidade (1711) por conta da
sua grande população; e daí em diante o crescimento desta cidade foi tão
acelerado que esta tornou-se uma metrópole, que abriga uma das aglomerações
mais cosmopolitas da América Latina e é avaliada como uma das cidades que mais
cresce no mundo, formando assim o maior centro industrial da América
Latina; atualmente todas as capitais
brasileiras necessitam de forma direta ou indireta dela. Todos esses dados
mostram as características estruturais da cidade de São Paulo, e demonstram que
os fatores que impulsionaram sua evolução são de caráter
político-administrativo e econômico.
Se este estudo tivesse enfoque
no comportamento do homem na sociedade, veríamos que existe uma certa
uniformidade na forma de pensar, agir e sentir, ou seja fatores exteriores
passam a compor a personalidade dos indivíduos de uma determinada sociedade; e
é justamente essa uniformidade que serve como modelo para aqueles que desejam
inserir-se nela, é o que vemos descrito ao longo do texto a cima, algumas
pessoas passaram a morar no campo logo a maioria passou a fazer o mesmo, surgi
aqui o que podemos chamar de modelos sociais, as pessoas só serão aceita se
assimilarem as manifestações culturais, religiosa, costumes e práticas desta
sociedade. Todos os componentes de uma determinada sociedade possuem de certa
forma o que se chama de papel social constituído pelos seus direitos e deveres,
que diferem-se pela posição hierárquica social, podendo acontecer que um grupo
imponha a sua vontade a outro grupo, e interessante ressaltar que Max Weber
chamou esse acontecimento de poder, significando justamente toda possibilidade
de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, e para
isso muitas das vezes os grupos s valem de armas brancas o de fogo, recordo os
índios nativos e as pessoas vindas de fora do Brasil. As autoridades paulistas
eram naquela época de caráter religioso ou burocrático. As relações sociais
desde a época em que São Paulo estava surgindo e até hoje se dá de maneira que
as pessoas que possuem bens e formam a elite só se relacionam com que está em
seu patamar social enquanto a massa relaciona-se entre si. Como a população da
cidade de São Paulo cresceu de uma forma explosiva, e foi deixando para trás as
características coloniais; observamos que nos conglomerados residenciais as
pessoas tornam-se anônimas, pois não há mais tanto contato entre elas; tudo
passa a ser movido por interesses econômicos, instrumentais; pelo fato destas
estarem sempre precisando uma das outras para algo, criam-se associações
movidas, que nada mais é que um grupo de indivíduos unidos por causa de
interesses em comuns.
Finalizo esse escrito muito
satisfeito por poder compreender o caminho evolutivo da cidade de São Paulo,
desde o seu surgimento com os jesuítas até os dias atuais. No qual a vila e os
trabalhos rurais deram lugar a uma sociedade muito complexa, cheia de
industrias, com um transito caótico em horários de pico e com uma grande população
miscigenada, na qual possui há brasileiros vindos de todas as regiões, mas
também estrangeiros que vem de diversas partes do mundo. Seu papel no cenário
econômico brasileiro é tão importante que se torna quase impossível imagina,
este nosso grande país sem o estado de São Paulo.
Referência
FERNANDES, Florestan.Caracteres rurais e urbanos na formação
e desenvolvimento da cidade de São Paulo. In_____:Mudanças Sociais no Brasil.
São Paulo: 3 ed. Difel. 1979, p. 193- 211.
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