domenica 23 aprile 2017

Folclore e Mudança Social na Cidade de São Paulo


Denisson dos Santos*

A síntese do capitulo quinto do livro “Folclore e Mudança Social na Cidade de São Paulo”, nos fará admirar os diversos de ‘‘manifestação popular’’ no contexto do estado paulista. Com base nisto, o autor Florestan modos Fernandes elabora a sua tese de mestrado no campo folclórico do povo na maior metrópole do país. Podemos perceber, pois, a organização social dessas pessoas nas atividades mágicas, assim também a relação com a mitologia e a ciência.
Podemos, pois, perceber o primeiro ponto ainda na introdução, quando ele fala nas “superstições”, coisa que o senso comum e as experiências respondem, mas estudiosos aprofundam o seu estudo em cima dessa temática. Um desses estudiosos é o Gilberto Freyre, que, após algumas percepções em outros autores chega a uma teoria diz que ‘‘o maior número de crendices, superstições, etc. torna-se mais comum nos vilarejos, nos descampados, enfim, em meio aos camponeses do que nos demais que se encontram nas cidades. Sendo assim o folclore acaba por ser definido como ciência do saber popular, mas antes disso podemos levantar as questões: por que esse número encontra-se mais elevado em meio àqueles que menos sabem? E os demais das cidades, o porquê desse fechamento a forma de crer do povo?
Pois bem, esses fenômenos acabam por acontecer, muitas vezes, com uma prática de exemplificar os fatos acontecidos entre as pessoas, ou seja, dar forma a um uso antigo procurando demonstrar um aspecto mais racional. Já adentrando na segunda parte, podemos ver a relação do folclore com a sociedade, ou seja, como as pessoas verão esse termo mágico no folclore, sendo assim uma prática baseada na crença de ser possível influenciar o curso dos acontecimentos e produzir efeitos não naturais, valendo-se da intervenção de seres fantásticos, Aqui entra outro termo atribuído à magia que é a virtude, mas por que virtude? Tudo por questão de associar a magia a algo ou a alguém, com isso, assim aqui nascem os magos, bruxas, benzedeiras... Mas como podemos atribuirà magia sendo assim dar vida a  seres que contem a história de determinado povo ou explicar os fatos ainda não explicados, daí nasce a caipora, o saci, a cuca, a iara etc. É isso que o autor procura a todo o momento explicar mais detalhadamente com base em estudos científicos. É bem verdade que o contexto em que o autor está inserido não é diferente do que vemos hoje em dia.
Os acontecimentos folclóricos têm tido uma queda muito brusca no estado de São Paulo por razão da rápida urbanização das áreas de campo, e consequentemente, a desistência de adeptos religiosos, pelo fato da xenofobia, chegando a por em dúvida da sua eficácia e a ridicularizá-las, destacando aqui a secularização da cultura, substituindo aqueles valores mágicos tradicionais como algo necessário para o cotidiano. Os elementos mágicos e os elementos culturais são valores aos quais contribuem para a configuração sociocultural dos indivíduos adeptos de tais crenças, com isso o autor relata os valores entre a magia branca e a crendice. Quando se fala de magia branca ele expõe alguns valores agregados ao tema, lembrando-se do que um ponto de vista sociológico.
O primeiro valor positivo da magia é a relação de integração dos indivíduos na sociedade, no caso paulista. Já um aspecto negativo seria mesmo sendo a magia branca ela comete fortes crimes e a dignidade do homem entra aqui (a violação de sepulturas, macumbeiros, feiticeiros e curandeiros), O segundo valor diz respeito à vida social e às relações com a religião.
A ligação intimamente estreita entre os elementos mágicos e os naturais podendo ser vista em outras situações da vida corriqueira, atribuindo essas forças a um termo da língua latina que diz: “mutatis mutantis” que trata de “forças” boas e más. Com isso foram recolhidos alguns fatos sobre essa cultura do povo, esses elementos folclóricos foram pesquisados através de elementos recolhidos pela tradição oral, observando assim as crendices e as superstições, em pessoas residentes em bairros da capital paulista, validando assim que, mesmo fazendo parte do sistema político metropolitano, essas pessoas são adquirentes dessas crenças. Muitas vezes, mesmo despercebidamente, elas fazem o uso da magia branca. Um exemplo prático dessa magia é a concepção de castigo que se tem. Sendo assim eles o veem como algo mágico-religioso, avivando a consciência do dever e das obrigações religiosas, tornando assim o indivíduo mais zeloso nas práticas de sua religião.
Acontece também o choque entre a medicina e a magia, em que onde ambas pregam um processo de cura, onde a medicina trabalha com os embasamentos científicos, e a magia com base nas experiências em entidades extraterrenas, o que distingue uma da outra são os meios a se chegar ao bem corporal.
Terminando aqui a parte dos aspectos teóricos, veremos agora indícios da mesma recolhida através da tradição oral, pondo aqui duas vertentes as quais foram usadas para significar os “indícios” e as “práticas simpáticas”.
Os indícios são as características (elementos) padrões que se tornam essenciais para os indivíduos, podendo assim chegar a explicar as situações futuras, esses indícios podem ser considerados como favoráveis, desfavoráveis e somente indicações.
Favorável: quando os indivíduos tendem a reforçar as suas possibilidades com outros elementos da natureza, elas tratam de exercer as ações, até realizar o que desejam. (orações, amuletos, bentinhos, mão direita, pé direito, etc.).
Desfavoráveis: os indivíduos procuram anular as possibilidades, para tal eles se utilizam do processo inverso. (orações, neutralizantes, amuletos, figas).
Indicativos: ela relata a conduta do indivíduo diante da situação, ou seja, quando a situação prevista lhe causa prazer.
Os três tipos de indícios citados são indicações de situações aos acontecimentos que ainda nos venha a acontecer.
No entanto podemos, assim como o autor citar exemplos os quais exemplifiquem o grau de veracidade dos indícios. Indício favorável sendo assim os ‘‘bons acontecimentos’’. Por exemplo: botão – achar um de camisa é sinal de felicidade; trevo – dá sorte achar um de quatro folhas.
Já nos indícios desfavoráveis temos como exemplo: aliança – leva à infelicidade a pessoa que a encontra se não procurar devolver ao dono; bacia – deixar ou esquecer invertida leva a miséria para os donos da casa.
Ora, entramos em outra parte do livro que são as práticas simpáticas. Elas não passam de meras simpatias, por exemplo, (uma pessoa inverte a camisa de outra no varal, para que essa se prejudique), que são constituídas por partes até se adquirir alguma coisa (sorte, amor, evitar doenças, etc.), ou meramente minimizar os malefícios já causados.
Elas podem, por sua vez, ser positivas e negativas. Positivas são quando ela age ativamente, na obtenção de alguma coisa, exemplo: (beber água da chuva- faz muito bem à saúde; alecrim – para afastar forças estranhas.), já as negativas é quando age ativamente, mas de modo nefasto, exemplo: (a camisa ao inverso). Já outro ponto que o autor trata no livro é em questão as práticas medicinais, que são modos de tratamentos mais conhecidas como a terapêutica popular, sendo assim o autor dar alguns meios (comidas, posições, rezas, etc.).
O interessante é que o texto põe como citação os momentos os quais há mais incidência de superstições que é chamado de ”ciclo supersticioso”, sendo eles em épocas do ano que implicam, de modo geral, em determinadas condutas, exemplo: as festas juninas, festa de passagem de ano; como também em datas comemorativas, (casamentos e aniversário de criança).
Os sonhos no texto são classificados em dois aspectos, em favoráveis e desfavoráveis. Outro ponto chave para finalizar o livro diz respeito às ”Crendices” relativas aos santos, por se acreditar que esta imagem adquire poderes, ‘‘forças’’ mágicas. Há também atribuição de poderes específicos a determinados santos.
Como vimos acima, existem diversas formas de crer, sendo assim as crendices e as superstições. O capítulo da tese “Para Compreender o mundo” do anexo 5 diz respeito ao grupo social, donde vemos de início que a sociedade, em suas diversas formas, é formada por grupos (camadas), os quais entre eles tende um interesse comum. O texto acima cita essas formas de crenças na sociedade ‘paulistana’. Vimos que ninguém está restrito a tal adepto, mas as pessoas mais simples, ou seja, as de regiões camponesas, estão mais vulneráveis a tais influências.
Já disse Olmsted que “o grupo é visto de fora, como uma célula do organismo social, sendo assim parte integrante da cultura sociedade”, por mais que não sejam bem vistas nas regiões metropolitanas, elas fazem parte de ‘alguns poucos’, mesmo que sejam interioranas.

Foi visto em sala de aula que “o grupo tem uma duração até o seu fim comum”, o que isso quer dizer? No contexto folclórico, isso se encaixaria bem nas ‘teofanias populares’, o povo mesmo com os seus sofreres, mantém viva a sua crença, mesmo que essa esteja enfraquecida. Os preconceitos enfrentados hoje podem servir como exemplo para o grande número de diminuição desses atos, sendo eles dois os fatores propícios: o preconceito e a secularização. Podemos assim citar algumas dessas características: uma posição popular, eles seguem normas e possuem entre si relações recíprocas.

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