Denisson
dos Santos*
A síntese do capitulo quinto do livro “Folclore e Mudança
Social na Cidade de São Paulo”, nos fará admirar os diversos de ‘‘manifestação
popular’’ no contexto do estado paulista. Com base nisto, o autor Florestan modos
Fernandes elabora a sua tese de mestrado no campo folclórico do povo na maior
metrópole do país. Podemos perceber, pois, a organização social dessas pessoas nas
atividades mágicas, assim também a relação com a mitologia e a ciência.
Podemos, pois, perceber o primeiro ponto ainda na introdução,
quando ele fala nas “superstições”, coisa que o senso comum e as experiências
respondem, mas estudiosos aprofundam o seu estudo em cima dessa temática. Um
desses estudiosos é o Gilberto Freyre, que, após algumas percepções em outros
autores chega a uma teoria diz que ‘‘o maior número de crendices, superstições,
etc. torna-se mais comum nos vilarejos, nos descampados, enfim, em meio aos
camponeses do que nos demais que se encontram nas cidades. Sendo assim o
folclore acaba por ser definido como ciência do saber popular, mas antes disso
podemos levantar as questões: por que esse número encontra-se mais elevado em
meio àqueles que menos sabem? E os demais das cidades, o porquê desse
fechamento a forma de crer do povo?
Pois bem, esses fenômenos acabam por acontecer, muitas
vezes, com uma prática de exemplificar os fatos acontecidos entre as pessoas,
ou seja, dar forma a um uso antigo procurando demonstrar um aspecto mais
racional. Já adentrando na segunda parte, podemos ver a relação do folclore com
a sociedade, ou seja, como as pessoas verão esse termo mágico no folclore,
sendo assim uma prática baseada na crença de ser possível influenciar o curso
dos acontecimentos e produzir efeitos não naturais, valendo-se da intervenção
de seres fantásticos, Aqui entra outro termo atribuído à magia que é a virtude,
mas por que virtude? Tudo por questão de associar a magia a algo ou a alguém,
com isso, assim aqui nascem os magos, bruxas, benzedeiras... Mas como podemos
atribuirà magia sendo assim dar vida a
seres que contem a história de determinado povo ou explicar os fatos
ainda não explicados, daí nasce a caipora, o saci, a cuca, a iara etc. É isso
que o autor procura a todo o momento explicar mais detalhadamente com base em
estudos científicos. É bem verdade que o contexto em que o autor está inserido
não é diferente do que vemos hoje em dia.
Os acontecimentos folclóricos têm tido uma queda muito
brusca no estado de São Paulo por razão da rápida urbanização das áreas de
campo, e consequentemente, a desistência de adeptos religiosos, pelo fato da
xenofobia, chegando a por em dúvida da sua eficácia e a ridicularizá-las,
destacando aqui a secularização da cultura, substituindo aqueles valores
mágicos tradicionais como algo necessário para o cotidiano. Os elementos
mágicos e os elementos culturais são valores aos quais contribuem para a
configuração sociocultural dos indivíduos adeptos de tais crenças, com isso o
autor relata os valores entre a magia branca e a crendice. Quando se fala de
magia branca ele expõe alguns valores agregados ao tema, lembrando-se do que um
ponto de vista sociológico.
O primeiro valor positivo da magia é a relação de integração
dos indivíduos na sociedade, no caso paulista. Já um aspecto negativo seria
mesmo sendo a magia branca ela comete fortes crimes e a dignidade do homem
entra aqui (a violação de sepulturas, macumbeiros, feiticeiros e curandeiros),
O segundo valor diz respeito à vida social e às relações com a religião.
A ligação intimamente estreita entre os elementos mágicos e
os naturais podendo ser vista em outras situações da vida corriqueira,
atribuindo essas forças a um termo da língua latina que diz: “mutatis mutantis” que trata de “forças”
boas e más. Com isso foram recolhidos alguns fatos sobre essa cultura do povo, esses
elementos folclóricos foram pesquisados através de elementos recolhidos pela
tradição oral, observando assim as crendices e as superstições, em pessoas
residentes em bairros da capital paulista, validando assim que, mesmo fazendo
parte do sistema político metropolitano, essas pessoas são adquirentes dessas crenças.
Muitas vezes, mesmo despercebidamente, elas fazem o uso da magia branca. Um
exemplo prático dessa magia é a concepção de castigo que se tem. Sendo assim
eles o veem como algo mágico-religioso, avivando a consciência do dever e das
obrigações religiosas, tornando assim o indivíduo mais zeloso nas práticas de
sua religião.
Acontece também o choque entre a medicina e a magia, em que onde
ambas pregam um processo de cura, onde a medicina trabalha com os embasamentos
científicos, e a magia com base nas experiências em entidades extraterrenas, o
que distingue uma da outra são os meios a se chegar ao bem corporal.
Terminando aqui a parte dos aspectos teóricos, veremos agora
indícios da mesma recolhida através da tradição oral, pondo aqui duas vertentes
as quais foram usadas para significar os “indícios” e as “práticas simpáticas”.
Os indícios são as características (elementos) padrões que
se tornam essenciais para os indivíduos, podendo assim chegar a explicar as
situações futuras, esses indícios podem ser considerados como favoráveis,
desfavoráveis e somente indicações.
Favorável:
quando
os indivíduos tendem a reforçar as suas possibilidades com outros elementos da
natureza, elas tratam de exercer as ações, até realizar o que desejam.
(orações, amuletos, bentinhos, mão direita, pé direito, etc.).
Desfavoráveis: os
indivíduos procuram anular as possibilidades, para tal eles se utilizam do
processo inverso. (orações, neutralizantes, amuletos, figas).
Indicativos: ela
relata a conduta do indivíduo diante da situação, ou seja, quando a situação
prevista lhe causa prazer.
Os três tipos de indícios citados são indicações de
situações aos acontecimentos que ainda nos venha a acontecer.
No entanto podemos, assim como o autor citar exemplos os
quais exemplifiquem o grau de veracidade dos indícios. Indício favorável sendo
assim os ‘‘bons acontecimentos’’. Por exemplo: botão – achar um de camisa é
sinal de felicidade; trevo – dá sorte achar um de quatro folhas.
Já nos indícios desfavoráveis temos como exemplo: aliança –
leva à infelicidade a pessoa que a encontra se não procurar devolver ao dono;
bacia – deixar ou esquecer invertida leva a miséria para os donos da casa.
Ora, entramos em outra parte do livro que são as práticas
simpáticas. Elas não passam de meras simpatias, por exemplo, (uma pessoa
inverte a camisa de outra no varal, para que essa se prejudique), que são
constituídas por partes até se adquirir alguma coisa (sorte, amor, evitar
doenças, etc.), ou meramente minimizar os malefícios já causados.
Elas podem, por sua vez, ser positivas e negativas.
Positivas são quando ela age ativamente, na obtenção de alguma coisa, exemplo:
(beber água da chuva- faz muito bem à saúde; alecrim – para afastar forças
estranhas.), já as negativas é quando age ativamente, mas de modo nefasto,
exemplo: (a camisa ao inverso). Já outro ponto que o autor trata no livro é em
questão as práticas medicinais, que são modos de tratamentos mais conhecidas
como a terapêutica popular, sendo assim o autor dar alguns meios (comidas,
posições, rezas, etc.).
O interessante é que o texto põe como citação os momentos os
quais há mais incidência de superstições que é chamado de ”ciclo
supersticioso”, sendo eles em épocas do ano que implicam, de modo geral, em
determinadas condutas, exemplo: as festas juninas, festa de passagem de ano;
como também em datas comemorativas, (casamentos e aniversário de criança).
Os sonhos no texto são classificados em dois aspectos, em
favoráveis e desfavoráveis. Outro ponto chave para finalizar o livro diz
respeito às ”Crendices” relativas aos santos, por se acreditar que esta imagem
adquire poderes, ‘‘forças’’ mágicas. Há também atribuição de poderes
específicos a determinados santos.
Como vimos acima, existem diversas formas de crer, sendo
assim as crendices e as superstições. O capítulo da tese “Para Compreender o
mundo” do anexo 5 diz respeito ao grupo social, donde vemos de início que a
sociedade, em suas diversas formas, é formada por grupos (camadas), os quais
entre eles tende um interesse comum. O texto acima cita essas formas de crenças
na sociedade ‘paulistana’. Vimos que ninguém está restrito a tal adepto, mas as
pessoas mais simples, ou seja, as de regiões camponesas, estão mais vulneráveis
a tais influências.
Já disse Olmsted que “o grupo é visto de fora, como uma
célula do organismo social, sendo assim parte integrante da cultura sociedade”,
por mais que não sejam bem vistas nas regiões metropolitanas, elas fazem parte
de ‘alguns poucos’, mesmo que sejam interioranas.
Foi visto em sala de aula que “o grupo tem uma duração até o
seu fim comum”, o que isso quer dizer? No contexto folclórico, isso se
encaixaria bem nas ‘teofanias populares’, o povo mesmo com os seus sofreres,
mantém viva a sua crença, mesmo que essa esteja enfraquecida. Os preconceitos
enfrentados hoje podem servir como exemplo para o grande número de diminuição
desses atos, sendo eles dois os fatores propícios: o preconceito e a
secularização. Podemos assim citar algumas dessas características: uma posição
popular, eles seguem normas e possuem entre si relações recíprocas.
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